Novas Recomendações USPSTF para Prevenção de Quedas em Idosos
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Novas Recomendações USPSTF para Prevenção de Quedas em Idosos

USPSTF: Prevenção de Quedas em Idosos; Burnout na Saúde Pública; Exercícios e Educação em Saúde em Idosos Hospitalizados; IA no atendimento baseado em valor; Estimulação cognitiva de idosos.

Triagem | Academia Médica
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🔔Destaques desta edição:

⚕️Novas Recomendações da USPSTF para Prevenção de Quedas em Idosos;

⚕️Perspectiva sobre Burnout na Saúde Pública;

⚕️Exercícios e Educação em Saúde em Idosos Hospitalizados;

🎓IA no atendimento baseado em valor;

📚 Estimulação cognitiva de idosos.


"Devemos rir e chorar, aproveitar e sofrer, em uma palavra, vibrar em nossa capacidade máxima... Eu acho que isso é o que significa ser realmente humano." - Gustave Flaubert

"Essa expressão nos faz recordar das experiências que compõem nossa existência. A vida não é medida apenas pelos momentos de alegria e sucesso, mas também pelas adversidades e desafios que enfrentamos. Cada emoção, seja de alegria ou de dor, contribui para nossa evolução, crescimento e entendimento do mundo ao redor.

Lidamos diariamente com os extremos da experiência humana. Ao abraçarmos cada aspecto de nossa humanidade, tornamo-nos mais empáticos, conscientes e, finalmente, mais eficazes em nosso trabalho e relações.

Esta mensagem nos convida a viver e valorizar cada momento e cada emoção como partes essenciais do que nos torna verdadeiramente humanos." 😉💙

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Um excelente dia... E Boa leitura 📖🗞️


🔹ORTOPEDIA E TRAUMATOLOGIA

Novas Recomendações da USPSTF para Prevenção de Quedas em Idosos

Novas Recomendações da USPSTF para Prevenção de Quedas em Idosos
Novas Recomendações da USPSTF para Prevenção de Quedas em Idosos

A queda é uma das principais causas de morbidade e mortalidade relacionada a lesões entre idosos , um fato que destaca a necessidade de intervenções eficazes. Em 04 de junho de 2024, a USPSTF divulgou uma nova recomendação, publicada na JAMA, que enfoca as intervenções para prevenir quedas em idosos sob risco aumentado de quedas.

Importância das Intervenções Contra Quedas:

De acordo com a USPSTF, em 2018, 27,5% das pessoas com 65 anos ou mais relataram pelo menos uma queda no ano anterior, e 10,2% sofreram lesões relacionadas a quedas. Os dados também mostram disparidades significativas entre diferentes grupos étnicos, com idosos nativos americanos/alasca relatando um número maior de quedas e lesões. Além disso, a taxa de mortalidade relacionada a quedas tem crescido especialmente entre aqueles com 85 anos ou mais, sublinhando a gravidade deste problema de saúde pública.

🚨Recomendações da USPSTF:

A USPSTF avalia com "certeza moderada" que as intervenções de exercício físico oferecem um benefício relativamente moderado na prevenção de quedas e morbidade relacionada em idosos com maior risco de quedas. Os tipos de exercícios recomendados incluem treinamento de equilíbrio, funcional e de força, bem como atividades como dança em grupo e tai chi, que envolvem movimento em todas as três dimensões espaciais.

Além disso, a Task Force conclui que as intervenções multifatoriais apresentam um pequeno benefício na prevenção de quedas. Essas intervenções começam com uma avaliação inicial dos fatores de risco modificáveis para quedas, seguida de intervenções personalizadas que podem incluir exercícios físicos, terapia psicológica, nutricional, gestão de medicamentos, modificações ambientais e mais.

Fonte: Jin J., 2024. JAMA.
Fonte: Jin J., 2024. JAMA.

Considerações para a Prática Clínica:

Para identificar indivíduos em risco, os clínicos devem considerar uma série de fatores, incluindo idade avançada, déficits cognitivos e sensoriais, condições médicas agudas ou crônicas, uso de medicamentos que aumentam o risco de quedas, e características ambientais ou ocupacionais. A USPSTF recomenda que um método pragmático para identificar pessoas em risco inclua a avaliação de histórico de quedas ou problemas de funcionamento físico e mobilidade limitada.

Estas diretrizes da USPSTF reforçam a importância de abordagens personalizadas e baseadas em evidências para prevenir quedas em idosos, um problema que continua a representar um desafio significativo para a saúde pública. Essas recomendações orientam os profissionais de saúde na implementação de práticas preventivas eficazes, e apoiam decisões de políticas de saúde que visam melhorar a qualidade de vida de todos os idosos.

🟦 A tabela, extraída do conteúdo original, destaca as principais estratégias para prevenção de quedas em idosos:

Fonte: US Preventive Services Task Force. JAMA, 2024.
Fonte: US Preventive Services Task Force. JAMA, 2024.

🔹SAÚDE MENTAL

Perspectiva sobre Burnout na Saúde Pública

Perspectiva sobre Burnout na Saúde Pública
Perspectiva sobre Burnout na Saúde Pública

O esgotamento profissional, ou burnout, é uma condição resultante do estresse crônico no local de trabalho, definida pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como um fenômeno ocupacional. As implicações do burnout são amplas, afetando a saúde física — manifestando-se como hipercolesterolemia, diabetes tipo 2, doença coronariana e dor musculoesquelética — e mental, incluindo sintomas como insônia, depressão, e aumento no uso de substâncias.

Um estudo publicado na revista "Human Resources for Health" em 21 de maio de 2024 investigou especificamente o burnout entre os trabalhadores da saúde pública, abrangendo desde profissionais de saúde comunitária de base até formuladores de políticas de alto nível. Este estudo é particularmente relevante devido à escassez de dados sobre o burnout entre os profissionais que ocupam funções gerenciais e administrativas no setor de saúde pública.

Características dos Estudos Incluídos

O estudo sintetizou dados de oito pesquisas, com uma amostra total de 215,787 participantes, refletindo uma ampla gama de contextos econômicos e geográficos. Os estudos variaram de análises em países de alta renda, como EUA, Coreia do Sul e Japão, a países de renda média e baixa como China, Malásia e Índia. Alguns desses estudos foram realizados durante a pandemia de COVID-19, destacando o impacto exacerbado do burnout nesse período desafiador.

Todos os estudos adotaram um design transversal e utilizaram instrumentos validados para a medição do burnout, com quatro estudos utilizando o Inventário de Burnout de Maslach (MBI) e outros aplicando o Índice de Burnout de Copenhagen (CBI) e o Índice de Burnout Ocupacional (OBI). Isso ressalta a variabilidade nas ferramentas de diagnóstico e como elas podem influenciar a percepção da prevalência de burnout, variando de 10% a 66,2% entre os diferentes estudos.

Mais de um terço dos trabalhadores de saúde pública em todo o mundo, reportaram experiências de burnout, com variações significativas dependentes das ferramentas de medição utilizadas. A pandemia de COVID-19 intensificou esses desafios, levando a um aumento nos índices de burnout devido às exigências adicionais impostas aos trabalhadores da saúde pública.

Os autores recomendam a realização de mais pesquisas para entender melhor as necessidades de saúde mental desses trabalhadores e sugerem levantamentos comparáveis em outros países. Eles também enfatizam a importância de estudos multilocal com definições padronizadas para permitir comparações apropriadas e um entendimento mais profundo das variações de burnout com base em características sociodemográficas e responsabilidades de trabalho.


🔹REABILITAÇÃO FÍSICA

Exercícios e Educação em Saúde Reduzem Incapacidades em Idosos Hospitalizados

Exercícios e Educação em Saúde Reduzem Incapacidades em Idosos Hospitalizados
Exercícios e Educação em Saúde Reduzem Incapacidades em Idosos Hospitalizados

Um estudo publicado no JAMA Network Open fornece uma análise sobre como um programa de exercícios multicomponentes combinado com educação em saúde pode afetar a incapacidade associada à hospitalização em idosos. Este estudo é particularmente relevante para unidades de cuidados agudos para idosos (ACE), onde o foco está em promover a independência funcional através de uma equipe multidisciplinar.

⚕️Detalhes e Contexto do Estudo

A incapacidade associada à hospitalização é uma preocupação significativa, afetando entre 30% e 50% dos pacientes idosos hospitalizados, com impactos graves como maior risco de reinternações, institucionalização e mortalidade. A pesquisa explorou se a intervenção durante a hospitalização, especificamente em unidades de cuidados agudos , poderia mitigar esses riscos.

🟦 A tabela a seguir, detalha as características dos participantes no início do estudo, bem como a duração da hospitalização por grupo:

Fonte: Rodriguez-Lopez C, Mayordomo-Cava J, Zarralanga-Lasobras T, et al., 2024
Fonte: Rodriguez-Lopez C, Mayordomo-Cava J, Zarralanga-Lasobras T, et al., 2024

⚕️Metodologia e Intervenção

O estudo avaliou os efeitos de um programa de exercícios que inclui tarefas de fortalecimento muscular, exercícios aeróbicos e treinamento de mobilidade e equilíbrio. A intervenção foi complementada por sessões educativas para promover a aderência dos pacientes aos exercícios após a alta. Importante destacar, o design do programa permitiu sua execução ao lado do leito do paciente e em casa, sem a necessidade de equipamentos de força.

⚕️Avaliação dos Resultados

Os resultados foram mensurados usando o Índice de Katz e o Índice de Barthel. A intervenção não mostrou uma associação significativa com a redução da incapacidade associada à hospitalização, quando avaliada pelo Índice de Katz. No entanto, uma associação positiva foi observada com o Índice de Barthel, indicando uma redução na incidência de incapacidade associada à hospitalização na alta e no acompanhamento de três meses.

🟦 A tabela a seguir apresenta a relação entre a intervenção e desfechos clínicos, incluindo incapacidade associada à hospitalização, declínio na capacidade ambulatória, quedas, reinternações e mortalidade:

Fonte: Rodriguez-Lopez C, Mayordomo-Cava J, Zarralanga-Lasobras T, et al., 2024
Fonte: Rodriguez-Lopez C, Mayordomo-Cava J, Zarralanga-Lasobras T, et al., 2024

⚕️Desempenho Físico e Capacidade Ambulatória

O estudo também destacou uma melhora no desempenho físico e capacidade ambulatória, como avaliado pelo Teste Alusti, no grupo que recebeu a intervenção em comparação com o grupo de controle. Estes resultados são apoiados por evidências meta-analíticas que corroboram os benefícios dos programas de exercícios estruturados para a independência nas atividades da vida diária e o desempenho físico em pacientes idosos hospitalizados.

Na tabela a seguir, é possível observar como a intervenção influenciou o desempenho físico dos pacientes após a hospitalização, destacando os impactos observados em diferentes métricas de avaliação:

Fonte: Rodriguez-Lopez C, Mayordomo-Cava J, Zarralanga-Lasobras T, et al., 2024
Fonte: Rodriguez-Lopez C, Mayordomo-Cava J, Zarralanga-Lasobras T, et al., 2024

⚕️Implicações Futuras

Os autores sugerem que estudos futuros devem investigar as barreiras e facilitadores para a adesão ao exercício durante e após a hospitalização. Estes achados são fundamentais para desenvolver estratégias mais eficazes para a implementação de programas de exercícios em hospitais e para educar os pacientes sobre os benefícios do exercício contínuo após a alta.

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🌟🧑🏻‍⚕️Oportunidades e Carreiras Médicas👩🏻‍⚕️🌟

🎓 IA no atendimento baseado em valor

A integração de Inteligência Artificial (IA) no atendimento baseado em valor está revolucionando os sistemas de saúde, conforme demonstrado pelo Baptist Health Medical Group, um líder em métricas de qualidade e cuidados baseados em valor. Este grupo médico tem se destacado no quartil superior do país em métricas de qualidade, como exames de detecção de câncer de mama e cólon, planejamento de cuidados avançados e controle do diabetes A1c. Essas métricas estão alinhadas com os parceiros de cuidados baseados em valor do sistema de saúde.

Durante um encontro da AMA Insight Network, o Dr. Brett Oliver, médico de família e diretor de informações médicas do grupo, discutiu como a IA está sendo utilizada para aprimorar os serviços de cuidados baseados em valor, reduzindo simultaneamente o ônus administrativo para os médicos. Um dos maiores desafios mencionados foi obter a aceitação dos médicos e profissionais de saúde para a implementação da IA, com preocupações sobre como isso pode afetar o cuidado ao paciente e as responsabilidades legais decorrentes do uso dessas tecnologias.

A AMA desenvolveu novos princípios de advocacia que abordam o desenvolvimento, a implantação e o uso da IA na saúde, enfatizando a necessidade de supervisão da IA na saúde, a transparência nas decisões automatizadas, políticas de IA generativa, responsabilidade médica pelo uso de tecnologias habilitadas para IA, privacidade de dados e segurança cibernética, e o uso de IA e sistemas de decisão automatizados por pagadores.

Um exemplo de como a IA pode melhorar os cuidados vem do diretor médico das clínicas de insuficiência cardíaca do Baptist Health, onde a taxa de readmissão caiu de 18% para zero em 90 dias após a implementação de monitoramento remoto contínuo dos pacientes. Esse resultado notável evidencia como os dados concretos podem convencer os profissionais de saúde sobre o valor da tecnologia na prática médica.

Este cenário abre diversas oportunidades para profissionais da saúde que desejam se especializar na interseção entre tecnologia e cuidados ao paciente, oferecendo uma carreira promissora na vanguarda da medicina moderna. Profissionais com interesse em tecnologia de saúde, gerenciamento de dados e inovações em atendimento ao paciente encontrarão um campo rico para desenvolvimento e liderança.

💙😉

Referência:
Berg, S. (2024, June 3). AI can support value-based care, but challenges must be addressed. American Medical Association. Retrieved from https://www.ama-assn.org/practice-management/digital/ai-can-support-value-based-care-challenges-must-be-addressed

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📚🧠Triagem Literária🧠📚

 Estimulação cognitiva de idosos
Estimulação cognitiva de idosos

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Destacamos o livro "Estimulação Cognitiva de Idosos", uma obra essencial para aqueles que procuram fortalecer suas funções cognitivas na terceira idade. Orientado à prática de tarefas padronizadas que engajam habilidades como atenção, memória e raciocínio, este livro é perfeito para idosos que desejam preservar e aprimorar suas capacidades mentais. Os exercícios propostos são especialmente desenhados para melhorar o funcionamento das funções executivas e mitigar os impactos do envelhecimento sobre a cognição.😉


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