O que muda no cuidado com o diabetes em 2025; Oportunidades Médicas; Impactos do Clima na Saúde Humana; Falta de Sono e Saúde Cardíaca; Desempenho Individual; Flow.
🔔Destaques desta edição: | ||
💙O que muda no cuidado com o diabetes em 2025; | ||
📢Oportunidades Médicas; | ||
💙Impactos Irreversíveis do Clima na Saúde Humana; | ||
💙Estudo Mostra Impacto Imediato da Falta de Sono na Saúde Cardíaca; | ||
🎓 Desempenho Individual; | ||
📚 Flow. | ||
🧠 “Uma vida plena de alegria é uma criação individual que não pode ser copiada de uma receita.” - Mihály Csíkszentmihályi | ||
Como nos lembra o psicólogo húngaro Mihály Csíkszentmihályi — um dos maiores estudiosos da felicidade e criador do conceito de flow —, a alegria é uma construção autêntica. | ||
Não existe um manual capaz de abarcar nossas escolhas, perdas, valores e conquistas. O que funciona para uma pessoa pode ser vazio para outra — e tudo bem. A jornada é singular: na medicina, na ciência e na vida. | ||
Na busca por propósito, talvez o mais sábio seja silenciar o barulho externo e olhar para dentro: o que faz sentido neste momento? Não há receita, mas há a possibilidade real de criar, com liberdade e consciência, o caminho que só cada um de nós pode trilhar. | ||
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🔹ENDOCRINOLOGIA | ||
O que muda no cuidado com o diabetes em 2025 | ||
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A American Diabetes Association (ADA) publicou a versão atualizada dos Standards of Care in Diabetes—2025, agora também em um formato abreviado voltado para profissionais da Atenção Primária. O documento é extenso, criterioso e traz recomendações fundamentais para a prática clínica, com foco em rastreamento, diagnóstico, tratamento farmacológico, gestão de comorbidades e incorporação de tecnologias. | ||
Neste artigo, destaco os principais pontos que merecem atenção imediata no dia a dia do consultório. | ||
Triagem e diagnóstico: agir mais cedo, com mais precisão | ||
A recomendação para triagem do diabetes tipo 2 e pré-diabetes agora é ainda mais direta: adultos com sobrepeso ou obesidade (IMC ≥25 kg/m², ou ≥23 kg/m² para asiáticos) com qualquer fator de risco associado devem ser triados. Para aqueles com exames normais, a repetição deve ocorrer a cada três anos; para indivíduos com pré-diabetes, a triagem deve ser anual. | ||
Critérios laboratoriais como glicemia de jejum, A1C e TOTG continuam sendo as principais ferramentas diagnósticas. O uso de monitorização contínua da glicose (MCG) não é indicado para diagnóstico, o que ajuda a delimitar seu papel clínico. | ||
Prevenção e comorbidades: o risco cardiovascular no centro | ||
As diretrizes reforçam a necessidade de rastrear comorbidades associadas desde o início. Pessoas com diabetes tipo 2 têm risco significativamente aumentado de apresentar doença hepática esteatótica associada à disfunção metabólica (MASLD). O uso do índice FIB-4 é recomendado mesmo em pacientes com enzimas hepáticas normais, como forma de antecipar riscos como cirrose e carcinoma hepatocelular. | ||
No campo da prevenção, adultos com sobrepeso importante e histórico de diabetes gestacional devem ser considerados para o uso de metformina como estratégia de prevenção. A suplementação de vitamina B12 deve ser monitorada em pacientes que fazem uso prolongado do medicamento. | ||
Metas glicêmicas personalizadas e foco na hipoglicemia | ||
As metas de controle glicêmico devem ser individualizadas com base em idade, condições clínicas e risco de hipoglicemia. Para a maioria dos adultos não grávidos: A1C <7%, glicemia pré-prandial entre 80–130 mg/dL e pós-prandial <180 mg/dL. | ||
A hipoglicemia recebe atenção especial. Além da categorização em três níveis, a diretriz sugere rastreamento regular da consciência hipoglicêmica e o uso de MCG para indivíduos com risco aumentado. Glucose pura continua sendo o tratamento de primeira linha para episódios leves a moderados. | ||
Tecnologia no cuidado: realidade da atenção primária | ||
As recomendações da ADA deixam claro: tecnologias como MCG, bombas de insulina e canetas conectadas devem ser consideradas não apenas em contextos especializados, mas também na atenção primária, desde que os pacientes e cuidadores estejam aptos e motivados. | ||
Para pacientes em uso de insulina, especialmente aqueles com risco de hipoglicemia, a MCG se torna uma aliada valiosa. Já o monitoramento capilar permanece indicado para ajustes terapêuticos mesmo em quem não utiliza insulina, especialmente durante períodos de mudança de plano alimentar ou prática de atividade física. | ||
Obesidade, peso e medicamentos: uma nova lógica | ||
A linguagem adotada pela diretriz é centrada na pessoa e sem julgamentos, orientando profissionais a usar termos como “pessoa com obesidade” e evitar o estigma. | ||
O documento também reorganiza a abordagem terapêutica em pacientes com sobrepeso ou obesidade. Medicamentos como agonistas do receptor GLP-1 e os duais GIP/GLP-1 são preferidos antes da introdução de insulina, pela sua eficácia em controlar glicemia e peso, e por benefícios cardiovasculares adicionais. | ||
Enfrentando a inércia terapêutica | ||
O manejo farmacológico do diabetes tipo 2 deve evitar a inércia — aquela demora injustificável em intensificar o tratamento mesmo diante de metas não atingidas. As palavras de ordem da ADA são claras: “agir agora”, “empoderar o paciente” e “quebrar barreiras”. | ||
A individualização do tratamento inclui considerar os efeitos de cada medicamento no peso corporal, risco de hipoglicemia, custo, comorbidades e preferência do paciente. O algoritmo atualizado para hiperglicemia prioriza tanto o controle glicêmico quanto a proteção de órgãos-alvo. | ||
Populações especiais: cuidado com nuances | ||
Para crianças, adolescentes, gestantes e idosos, as recomendações ganham especificidades. Em jovens com sobrepeso e fatores de risco, a triagem deve iniciar na puberdade ou aos 10 anos. No caso de adultos mais velhos, as metas de A1C variam conforme o estado funcional e cognitivo, podendo ir de <7,5% em idosos saudáveis até <8% em pacientes com maior complexidade clínica. | ||
Em gestantes com diabetes tipo 1, a MCG é incentivada para melhor controle. Para o diabetes gestacional, a insulina é o tratamento de escolha, com metformina e gliburida não recomendadas como primeira linha. | ||
Considerações finais | ||
As novas recomendações da ADA para 2025 reforçam a necessidade de uma atenção primária atualizada, resolutiva e centrada no paciente. Integrar tecnologia, personalizar metas e rastrear comorbidades com mais precisão não são mais luxos — são exigências clínicas. | ||
Para quem atua na linha de frente, o documento é um lembrete importante: cada consulta é uma oportunidade de prevenção, reavaliação e tomada de decisão fundamentada. O desafio, como sempre, é colocar essas recomendações em prática, sem perder de vista o vínculo humano que sustenta o cuidado em saúde. | ||
🔹SAÚDE PLANETÁRIA | ||
Impactos Irreversíveis do Clima na Saúde Humana | ||
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Publicado em 07 de maio de 2025 em Nature, o estudo “Global emergence of unprecedented lifetime exposure to climate extremes” apresenta uma análise sobre como diferentes gerações, especialmente as mais jovens, serão impactadas ao longo da vida por eventos climáticos extremos — como ondas de calor, enchentes, secas, ciclones tropicais, incêndios florestais e perdas de safras. Com base em modelagens climáticas robustas, cenários de aquecimento global e dados populacionais globais, os pesquisadores traçaram um panorama alarmante e detalhado sobre o que está por vir caso as políticas atuais não sejam radicalmente transformadas. | ||
O estudo introduz o conceito de Unprecedented Lifetime Exposure (ULE), ou exposição sem precedentes ao longo da vida, definido como o número de eventos climáticos extremos que excede o percentil 99,99% da exposição esperada em um cenário climático pré-industrial. Em outras palavras, são eventos tão extremos e frequentes que, no passado, seriam esperados em menos de 1 caso a cada 10 mil vidas. | ||
👶 Gerações mais jovens serão as mais impactadas | ||
O estudo revela que, mesmo em cenários de aquecimento mais controlados, como o limite de +1,5°C proposto no Acordo de Paris, uma proporção significativa da geração nascida em 2020 já estará condenada a enfrentar as exposições sem prescendentes de ondas de calor. No cenário mais provável atual, de +2,7°C até 2100, essa realidade se agrava: | ||
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🌍 Impacto global e desigualdade social | ||
O estudo revela uma geografia da vulnerabilidade: em países da linha do equador, como muitos da América Latina, África e Sudeste Asiático, a exposição a ondas de calor já ultrapassa os limites considerados "normais" para qualquer época histórica. | ||
No cenário de +3,5°C, 113 países terão 100% da população nascida em 2020 enfrentando ondas de calor. No total, 167 países terão ao menos metade da população dessa geração impactada. | ||
Mas a desigualdade é ainda mais cruel: | ||
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🌱 Políticas mais ambiciosas podem evitar o pior | ||
As descobertas reforçam a importância da mitigação urgente das emissões de gases de efeito estufa. Caso os compromissos globais consigam manter o aquecimento em 1,5°C até 2100, seria possível evitar: | ||
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Embora robusto, o estudo reconhece que seus números são conservadores. Isso porque: | ||
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O trabalho publicado na Nature oferece uma visão clara e científica da ameaça climática que paira sobre as futuras gerações, especialmente aquelas já nascidas. Se não houver um corte sustentado nas emissões de gases de efeito estufa, o futuro será marcado por vidas moldadas por extremos: ondas de calor recorrentes, colapsos agrícolas, catástrofes naturais e desigualdades sociais ainda mais agravadas. | ||
Na saúde, isso se traduz em uma nova epidemiologia: mais doenças cardiovasculares e respiratórias, mais estresse térmico, insegurança alimentar e desastres humanitários. | ||
🔹MEDICINA DO SONO | ||
Estudo Mostra Impacto Imediato da Falta de Sono na Saúde Cardíaca | ||
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Uma pesquisa liderada por cientistas da Universidade de Uppsala, na Suécia, reforça como noites mal dormidas podem impactar diretamente a saúde do coração, com os efeitos moleculares podendo surgir em poucos dias. Publicado na revista Biomarker Research, o estudo demonstra que a privação de sono aumenta significativamente proteínas associadas à inflamação e ao risco de doenças cardiovasculares, mesmo em indivíduos jovens e saudáveis. | ||
A pesquisa destaca que cerca de metade dos suecos relata ter o sono regularmente perturbado — um problema ainda mais comum entre trabalhadores em turnos. Segundo o autor, “a falta de sono crônica é um problema crescente de saúde pública, e em grandes estudos populacionais já foi associada ao aumento do risco de infarto, AVC e fibrilação atrial”. | ||
Embora já existam evidências da associação entre sono inadequado e doenças cardíacas, este novo estudo traz uma contribuição inédita: mostra que alterações biológicas ligadas ao risco cardiovascular ocorrem rapidamente, após apenas três noites de sono restrito. | ||
Os pesquisadores selecionaram 16 homens jovens, saudáveis e com peso adequado, todos com bons hábitos de sono. Os voluntários participaram de dois experimentos em laboratório: | ||
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Durante ambas as fases, atividade física e alimentação foram rigorosamente controladas. Os participantes realizaram exercícios intensos de 30 minutos e tiveram sangue coletado pela manhã e à noite. | ||
Aumento de proteínas inflamatórias no sangue | ||
A equipe analisou cerca de 90 proteínas presentes no sangue e observou que, após a privação de sono, diversas proteínas associadas à inflamação aumentaram de forma significativa. Muitas dessas moléculas já são reconhecidamente ligadas a condições como insuficiência cardíaca e doença arterial coronariana. | ||
“Mesmo em indivíduos jovens e saudáveis, bastaram poucas noites de sono insuficiente para observarmos alterações moleculares importantes. Isso reforça a necessidade de enfatizar a importância do sono para a saúde cardiovascular desde a juventude”, afirma Cedernaes. | ||
Efeitos do exercício físico também sofrem influência do sono | ||
Outro ponto relevante da pesquisa foi a análise da resposta inflamatória ao exercício físico. Algumas proteínas ligadas aos benefícios do exercício aumentaram de forma semelhante nos dois cenários — com e sem privação de sono. No entanto, os pesquisadores alertam que o coração pode sofrer um estresse adicional quando o exercício é feito em condições de sono insuficiente, como demonstrado em estudos anteriores do mesmo grupo. | ||
A equipe pretende expandir os estudos para outros grupos populacionais, como mulheres, idosos e pacientes já diagnosticados com doenças cardíacas. Outro foco será compreender como diferentes padrões de sono e cronotipos afetam esses biomarcadores. | ||
🌟🧑🏻⚕️Carreiras Médicas👩🏻⚕️🌟 | ||
🎓 Trabalhar duro é importante, mas se comparar com colegas pode ser um obstáculo perigoso. | ||
Foi exatamente isso que mostrou uma pesquisa conduzida na Universidade Estadual de Ohio e publicada no Contemporary Educational Psychology. O estudo acompanhou 690 estudantes, e observou que a forma como o estudante interpreta seu esforço importa mais do que o esforço em si. Sentir que está tentando muito pode ser positivo — mas só se essa percepção vier de dentro. Quando o esforço é comparado ao dos colegas, pode minar a confiança e criar a falsa ideia de que o aluno está “ficando para trás”. | ||
Em um ambiente onde indivíduos são estimulados a competir silenciosamente — disputando notas, bolsas, resultados ou apenas reconhecimento —, é comum surgir um pensamento corrosivo: “se estou me esforçando mais do que os outros, é porque não sou bom o bastante”. | ||
Essa linha de raciocínio, que os pesquisadores chamaram de "esforço comparativo", prejudica tanto homens quanto mulheres. Os alunos que pensavam dessa forma tendiam a duvidar mais de sua própria capacidade, o que impactava negativamente seu desempenho. | ||
Agora, aqui está um dado importante: para as mulheres, o simples fato de reconhecerem que estavam se esforçando (sem comparações) ajudava a construir uma imagem mais positiva de si mesmas. Esse “esforço por critério” — entendido como um reconhecimento do próprio empenho necessário para aprender — foi associado a melhores resultados nas provas e maior confiança. | ||
A boa notícia é que esse tipo de percepção pode criar um ciclo virtuoso. indivíduos que associam o esforço a uma escolha positiva — e não a uma suposta deficiência — tendem a se sair melhor em avaliações. E esse bom desempenho reforça ainda mais a ideia de que seu esforço vale a pena. É a autoconfiança que alimenta a competência, e vice-versa. | ||
Por outro lado, quem entra no ciclo da comparação negativa pode perder o ânimo, duvidar da própria trajetória e até desistir de uma carreira promissora por puro esgotamento emocional. | ||
Esta reflexão pode nos levar a um alerta de que a cultura da comparação em contextos acadêmicos e profissionais pode afastar talentos. Criar ambientes que valorizem o esforço individual, promovam cooperação em vez de competição e ajudem a proporcionar ambinentes colaborativos, pode ser decisivo para que profissionais sintam-se confiantes, resilientes e inovadores. | ||
😉💙 | ||
📚🧠Triagem Literária🧠📚 | ||
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Indicamos o clássico Flow: A Psicologia do Alto Desempenho e da Felicidade, de Mihaly Csikszentmihalyi. Fruto de mais de duas décadas de pesquisa, o livro explora o estado de “flow” — aquele momento raro em que estamos totalmente imersos em uma atividade, com foco absoluto e profunda sensação de realização. Csikszentmihalyi mostra como médicos, cientistas e profissionais de todas as áreas podem cultivar esse estado para alcançar mais produtividade, satisfação e equilíbrio, mesmo em ambientes de alta pressão. Uma leitura essencial para quem busca excelência sem abrir mão do bem-estar. | ||
Direção | ||
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