Intervenções de Bem-Estar Reduzem Esgotamento; Saúde Cardíaca e Tratamento do Câncer; Sono e Nossas Decisões; Metaverso e Educação Médica; Ministério da Saúde e Opas; Heart: A History.
🔔Destaques desta edição: | ||
💙Intervenções de Bem-Estar na Educação Continuada Reduzem Esgotamento; | ||
💙 Orientações sobre Saúde Cardíaca Durante o Tratamento do Câncer; | ||
💙Como uma Boa Noite de Sono Pode Melhorar Nossas Decisões; | ||
🎓 Metaverso e o Futuro da Educação Médica; | ||
📢 Ministério da Saúde e Opas; | ||
📚 Heart: A History. | ||
"Esperamos que a medicina seja um campo ordenado de conhecimento e procedimento. Mas não é. É uma ciência imperfeita, uma empresa de conhecimento em constante mudança, informações incertas, indivíduos falíveis e, ao mesmo tempo, vidas em jogo. Há ciência no que fazemos, sim, mas também hábito, intuição e, às vezes, simples adivinhações. A lacuna entre o que sabemos e o que almejamos persiste. E essa lacuna complica tudo o que fazemos" - Atul Gawande. | ||
Atul Gawande, destaque na medicina moderna, é reconhecido tanto por suas habilidades cirúrgicas quanto pela sua capacidade excepcional de analisar e comunicar as complexidades da medicina em seus escritos com clareza e profundidade. | ||
Ele nos convida a reconhecer e aceitar a natureza imperfeita da medicina, influenciada tanto pela ciência rigorosa quanto por aspectos mais subjetivos, como hábitos, intuição e, ocasionalmente, suposições. Este entendimento não subtrai a nobreza da profissão médica; ao contrário, ressalta a coragem e a resiliência dos profissionais de saúde que, enfrentando constantes incertezas, continuam a tomar decisões complexas e desafiadoras diariamente com o objetivo supremo de salvar vidas. | ||
Reconhecer a imperfeição como um componente essencial da prática médica nos motiva a sermos mais questionadores, humildes e, sobretudo, compassivos em nosso trabalho. Sua mensagem é um reforço de que, a medicina não é apenas uma jornada de avanços científicos, mas também um caminho de autoconhecimento e crescimento pessoal. | ||
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Que você tenha um bom dia! | ||
Aproveite o conteúdo que preparamos para você📖🗞️ | ||
🔹EQUIPES DE SAÚDE | ||
Intervenções de Bem-Estar na Educação Continuada Reduzem Esgotamento | ||
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Um estudo publicado no JAMA Network Open em 19 de setembro de 2024, destaca intervenções de bem-estar direcionadas aos profissionais da saúde, demonstrando impactos significativos na redução do esgotamento emocional e na melhoria da integração entre vida pessoal e trabalho. As descobertas são especialmente relevantes no contexto pós-pandêmico, onde a saúde mental desses profissionais tornou-se uma preocupação crescente. | ||
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O estudo implementou o programa "Well-Being Essentials for Learning Life-Balance" (WELL-B), que incorpora práticas de psicologia positiva durante as horas de educação continuada dos profissionais de saúde. Este programa de cinco horas fornece créditos de educação continuada, dedicando dez minutos de cada hora para intervenções focadas no bem-estar. | ||
🟦 A figura ilustra características da população estudada antes da implementação das intervenções de bem-estar: | ||
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Principais Descobertas | ||
Redução Significativa do Esgotamento Emocional: Os participantes do programa WELL-B apresentaram uma diminuição de 16,8% nos níveis de esgotamento emocional, um resultado superior às médias observadas em outras intervenções. | ||
Melhoria na Recuperação Emocional: Os resultados mostraram que não apenas os profissionais conseguiram aliviar o esgotamento, mas também melhoraram sua capacidade de recuperação emocional a longo prazo. | ||
Facilidade de Implementação: As intervenções do WELL-B são projetadas para serem simples e de curta duração, tornando-as facilmente integráveis à rotina dos profissionais, sem necessidade de equipamentos especiais ou preparação adicional. | ||
Acessibilidade e Engajamento: O conteúdo do programa foi bem recebido, com mais de 90% dos participantes avaliando a experiência de forma positiva. O formato do programa, que utiliza tecnologia móvel para entrega das intervenções, facilitou a participação e o engajamento dos profissionais. | ||
Efeitos Duradouros: As intervenções demonstraram ter um impacto duradouro na melhoria do bem-estar dos profissionais, com benefícios mantidos em acompanhamentos de seis e doze meses. | ||
Embora os resultados sejam promissores, o estudo sugere a exploração de formatos mais curtos, como sessões de três e quatro horas, para minimizar ainda mais o ônus das atividades de bem-estar. Ademais, a eficácia do programa ao ser oferecido por meio de gravações indica um potencial para ainda mais flexibilidade e acessibilidade. | ||
O estudo confirma que intervenções simples e baseadas em evidências podem ser extremamente eficazes para melhorar o bem-estar dos profissionais de saúde. Isso ressalta a importância de políticas de saúde que priorizem a saúde mental dos trabalhadores, integrando práticas de bem-estar nas rotinas de trabalho. A implementação dessas práticas melhora a qualidade de vida dos profissionais, e a qualidade do cuidado oferecido aos pacientes. | ||
🔹CARDIOLOGIA | ||
Orientações sobre Saúde Cardíaca Durante o Tratamento do Câncer | ||
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Um artigo da JAMA Oncology destaca uma área emergente da medicina conhecida como cardio-oncologia, que foca na preservação da saúde cardíaca durante o tratamento do câncer. Este campo interdisciplinar envolve a colaboração entre cardiologistas, especializados em condições cardíacas e vasculares, e oncologistas. A integração desses especialistas é crucial para monitorar e gerenciar os efeitos cardiovasculares potencialmente adversos dos tratamentos oncológicos. | ||
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💙 Complicações Cardíacas Associadas ao Tratamento do Câncer: | ||
Cardiomiopatia: Danos ao músculo cardíaco que dificultam o enchimento e a bombeamento do sangue. | ||
Arritmias: Ritmos cardíacos irregulares, que podem ser demasiadamente rápidos, lentos ou inconsistentes. | ||
Doença Pericárdica: Inflamação ou dano ao pericárdio, a membrana que envolve o coração. | ||
Hipertensão: Pressão arterial elevada que pode surgir como efeito colateral do tratamento. | ||
Eventos Tromboembólicos: Formação de coágulos que bloqueiam o fluxo sanguíneo. | ||
Isquemia Miocárdica: Redução do fluxo sanguíneo ao coração, podendo levar a dores torácicas ou infartos. | ||
Disfunção Valvular: Danos às válvulas cardíacas que regulam o fluxo sanguíneo. | ||
Efeitos Tóxicos Vasculares: Dano aos vasos sanguíneos que podem comprometer a circulação normal. | ||
💙 Ferramentas Diagnósticas e Monitoramento: | ||
Ecocardiografia: Utilização de ultrassom para visualizar a função cardíaca. | ||
Ressonância Magnética Cardíaca (MRI): Fornece imagens detalhadas do coração, embora seja mais custosa e menos acessível. | ||
Eletrocardiograma (ECG): Avalia a atividade elétrica do coração para detectar arritmias. | ||
Biomarcadores Cardíacos: Indicadores no sangue, como troponina e peptídeo natriurético cerebral N-terminal (BNP), que ajudam a prever riscos de danos cardíacos. | ||
💙 Abordagens de Tratamento: | ||
Tratamentos multidisciplinares envolvendo ambos cardiologistas e oncologistas para gerenciar e tratar complicações cardíacas sem interromper o tratamento do câncer. | ||
Uso de medicamentos como beta-bloqueadores e inibidores da enzima conversora de angiotensina (ACE) para apoiar a função cardíaca. | ||
Estratégias preventivas focando em riscos modificáveis, como controle da pressão arterial, do colesterol, obesidade e tabagismo. | ||
A cardio-oncologia é fundamental para uma abordagem holística do tratamento do câncer, visando não apenas a eficácia oncológica, mas também a preservação da qualidade de vida do paciente ao minimizar os impactos cardíacos. Este artigo reforça a importância da vigilância contínua e da intervenção precoce para otimizar os resultados de saúde durante e após o tratamento do câncer. | ||
🔹PSICOLOGIA | ||
Como uma Boa Noite de Sono Pode Melhorar Nossas Decisões | ||
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Já pensou em adiar uma decisão importante para o dia seguinte? | ||
Uma pesquisa da Universidade Duke, publicada em 9 de setembro no Journal of Experimental Psychology: General, sugere que "dormir sobre o assunto" pode ser mais do que um ditado popular; pode ser essencial para fazer escolhas mais acertadas. O estudo trouxe novas perspectivas sobre o poder das "primeiras impressões" e como uma pausa para dormir pode significativamente alterar nossas decisões. | ||
O experimento, liderado por Allie Sinclair, que realizou a pesquisa durante seu doutorado no laboratório da Dra. Alison Adcock, professora de psiquiatria e ciências comportamentais na Duke, envolveu uma situação fictícia de venda de garagem. Os participantes foram solicitados a escolher itens de caixas virtuais contendo tanto objetos de pouco valor quanto "tesouros" escondidos entre eles, como uma lâmpada valiosa ou um urso de pelúcia. Curiosamente, cada caixa continha um valor total idêntico de itens, mas a ordem de aparecimento dos itens valiosos variava. | ||
Os participantes deveriam estimar o valor de cada caixa e selecionar as que consideravam mais valiosas. Alguns fizeram isso imediatamente após a avaliação, enquanto outros tiveram uma noite de sono antes de tomar a decisão. Os resultados mostraram um padrão intrigante: aqueles que decidiram imediatamente após a avaliação tendiam a ser fortemente influenciados pelos primeiros itens que viam nas caixas, demonstrando o que é conhecido como "viés de primazia". | ||
Esse viés os levava a escolher e sobrevalorizar as caixas que começavam com itens valiosos, mesmo que outras caixas contivessem tesouros de igual valor no meio ou no final. A pesquisa revelou que esses participantes também tinham mais dificuldade em lembrar especificamente quais itens valiosos influenciaram sua escolha inicial. | ||
Em contraste, os participantes que "dormiram sobre o assunto" exibiram um julgamento mais equilibrado, valorizando igualmente as caixas independentemente da posição dos itens valiosos. Isso sugere que uma pausa para dormir pode reduzir o impacto do viés de primazia, permitindo uma avaliação mais racional e abrangente. | ||
A Dra. Alison Adcock ressaltou a importância dessas descobertas, indicando que, embora as primeiras impressões possam ser úteis para decisões rápidas e superficiais, como ao assistir uma cena inicial de um filme ou folhear as primeiras páginas de um livro, situações que requerem uma avaliação mais profunda e consideram consequências a longo prazo se beneficiam significativamente de uma pausa para reflexão. Segundo ela, "dormir sobre o assunto" permite que o cérebro processe e integre as experiências de forma a melhorar a tomada de decisões. | ||
"Portanto, da próxima vez que se deparar com uma decisão importante, lembre-se que uma boa noite de sono pode realmente ser a chave para a melhor escolha! " | ||
🌟🧑🏻⚕️Oportunidades e Carreiras Médicas👩🏻⚕️🌟 | ||
🎓 Metaverso e o Futuro da Educação Médica | ||
Desde o histórico relatório Flexner de 1910, que estabeleceu bases para a estrutura e padronização das escolas médicas, a tecnologia tem desempenhado um papel cada vez mais central na educação médica. Com o advento da computação moderna e da expansão da Internet, observamos uma transformação radical na forma como a medicina é ensinada e praticada. | ||
A transição da Web 1.0, uma plataforma estática de informação, para sistemas mais dinâmicos e interativos, como a Web 4.0, revolucionou a acessibilidade e a personalização do aprendizado médico. Este processo foi acelerado pela pandemia de COVID-19, que impulsionou uma rápida adoção do e-learning, desafiando as instituições a manterem a continuidade educacional em meio ao fechamento físico das escolas. | ||
No cerne desta evolução digital encontra-se o metaverso, um universo virtual tridimensional e imersivo, que redefine a interação digital ao integrar realidade virtual (VR), realidade aumentada (AR) e realidade mista (MR). Essas tecnologias facilitam experiências de aprendizagem ricas e multifacetadas, e promovem uma pedagogia revolucionária que permite o desenvolvimento de habilidades essenciais na medicina, como o cuidado ao paciente, conhecimento técnico, treinamento procedimental e capacidades diagnósticas. | ||
Enquanto as tecnologias imersivas abrem portas para métodos de ensino inovadores, elas também apresentam desafios significativos. A qualidade do conteúdo, a segurança dos dados e a gestão das interações humanas são aspectos cruciais que requerem uma gestão cuidadosa para garantir a eficácia dessas ferramentas educacionais. A colaboração entre desenvolvedores tecnológicos, educadores, políticos e órgãos reguladores é fundamental para superar essas barreiras e maximizar o potencial do metaverso na formação médica. | ||
O metaverso promete revolucionar a educação médica, apresentando-se como uma plataforma interativa capaz de enriquecer profundamente o treinamento médico. É essencial que o futuro da educação médica não apenas acompanhe os avanços tecnológicos, mas também os utilize estrategicamente para elevar a qualidade global do ensino e da prática médica. | ||
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Referência: | ||
Lewis, K. O., Popov, V., & Fatima, S. S. (2024). From static web to metaverse: reinventing medical education in the post-pandemic era. Annals of Medicine, 56(1). https://doi.org/10.1080/07853890.2024.2305694 | ||
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📢 Oportunidades em Saúde | ||
📢 Ministério da Saúde e Opas | ||
Em um esforço contínuo para combater uma das mais graves crises de saúde pública, o Ministério da Saúde, em colaboração com a Organização Pan-Americana de Saúde (Opas), lançou a primeira versão em português do "Viver a Vida - Guia de Implementação para a Prevenção do Suicídio nos Países". Esta importante ferramenta foi apresentada em um webinário realizado em 19 de setembro de 2024, destinado a gestores e profissionais da área da saúde. | ||
O guia "Viver a Vida" é baseado nas diretrizes da Organização Mundial da Saúde (OMS) e oferece uma abordagem prática e estratégica para os países na implementação de ações coletivas e eficazes contra o suicídio. Com mais de 700 mil pessoas perdendo a vida para o suicídio anualmente em todo o mundo, e 16,4 mil dessas mortes notificadas apenas no Brasil em 2022, a necessidade de ações eficazes é mais urgente do que nunca. | ||
O Brasil se comprometeu com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU de reduzir o número de suicídios em um terço até 2030. O guia detalha quatro intervenções essenciais e seis pilares fundamentais para a implementação das estratégias de prevenção. As intervenções são baseadas em evidências robustas e buscam inspirar os países de língua portuguesa a desenvolverem e implementarem políticas públicas eficientes e soluções coletivas. | ||
Durante o evento de lançamento, especialistas discutiram temas como o cuidado em rede, estratégias interculturais de promoção à vida, e a importância da vigilância e notificação de casos. O guia, já disponível em inglês, chinês, coreano, e espanhol, ganha agora sua versão em português, expandindo seu alcance e impacto. | ||
Para os profissionais de saúde, gestores e demais envolvidos nas políticas de saúde pública, o guia "Viver a Vida" é um recurso valioso para o desenvolvimento de estratégias nacionais de prevenção ao suicídio. | ||
Referência: | ||
Ministério da Saúde. (2024, setembro 19). Saúde e Opas lançam primeira versão em português de guia de prevenção ao suicídio. Governo do Brasil. https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/noticias/2024/setembro/saude-e-opas-lancam-primeira-versao-em-portugues-de-guia-de-prevencao-ao-suicidio | ||
📚🧠Triagem Literária🧠📚 | ||
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Destacamos o envolvente livro "Heart: A History" de Sandeep Jauhar. Cardiologista prático, Jauhar entrelaça suas experiências pessoais com descobertas históricas para desvendar a história do órgão mais vital do corpo humano: o coração. Desde a realização da primeira cirurgia cardíaca aberta por Daniel Hale Williams até a invenção acidental do marca-passo por Wilson Greatbatch, o livro oferece uma narrativa cativante que atravessa a ciência, a história e as emoções pessoais. Jauhar narra episódios emocionantes da sala de cirurgia, e compartilha as lutas de sua própria família com problemas cardíacos. Olhando para o futuro, ele argumenta que as escolhas de nosso estilo de vida são mais determinantes para a saúde cardíaca do que qualquer inovação tecnológica. Uma leitura fundamental para quem se interessa pelo impacto das emoções na saúde cardíaca e pelos avanços médicos que continuam a moldar a cardiologia. | ||
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