Inteligência Artificial e Saúde Mental
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Inteligência Artificial e Saúde Mental

Inteligência Artificial e Saúde Mental; Sepse; Processo de Formação de Memórias; Telemedicina; Originals: How Non-Conformists Move the World.

Triagem | Academia Médica
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🔔Destaques desta edição:

💙 Inteligência Artificial e Saúde Mental;

💙 Sepse;

💙 Processo de Formação de Memórias;

🎓 Telemedicina;

📚 Originals: How Non-Conformists Move the World.


"Outros viram o que existe e perguntaram por quê. Eu vi o que poderia ser e perguntei por que não." - Pablo Picasso

Em nossas vidas, tanto pessoais quanto profissionais, podemos enfrentar desafios que parecem insuperáveis. Contudo, a história está repleta de exemplos de que os maiores avanços e conquistas emergem quando temos a coragem de questionar "por que não?". Em qualquer âmbito de nossa existência, seja na carreira, nas relações pessoais ou nos sonhos que almejamos, manter a disposição para desafiar o habitual pode ser justamente o que nos diferencia e nos impulsiona adiante.

A citação de Picasso nos inspira a adotar uma mentalidade de abertura e inovação em todas as áreas da vida. Questionar as limitações percebidas e explorar novas possibilidades com coragem e otimismo são atitudes que podem transformar não apenas as circunstâncias imediatas, mas também o curso de nossas trajetórias a longo prazo.

Ao nos desafiarmos a pensar de maneira diferente e a perguntar "por que não?", podemos abrir caminhos para transformações significativas, que reverberam não apenas em nossas próprias vidas, mas também no ambiente ao nosso redor.

...

Então! O que acha da possibilidade de perguntar mais vezes, "por que não?"😉

Que você tenha um ótimo dia!

Aproveite o conteúdo que preparamos para você! 📖🗞️


🔹TECNOLOGIAS EM SAÚDE

Inteligência Artificial e Saúde Mental

Inteligência Artificial e Saúde Mental
Inteligência Artificial e Saúde Mental

Em uma entrevista publicada na revista JAMA em 03 de maio de 2024, o Dr. Vikram Patel, psiquiatra e diretor do Laboratório Mental Health for All na Harvard Medical School, compartilha insights sobre o potencial da inteligência artificial (IA) para transformar o campo da saúde mental, especialmente em regiões carentes de recursos. Conduzida por Kirsten Bibbins-Domingo, editora-chefe da JAMA, a conversa aborda desafios e soluções inovadoras na interseção entre a tecnologia e o cuidado mental.

📍Desafios Atuais no Acesso à Saúde Mental

Dr. Patel inicia destacando a crise de saúde mental na Índia, uma questão emblemática dos desafios globais. Ele cita um estudo epidemiológico abrangente revelando que cerca de 100 milhões de indianos vivem com transtornos mentais diagnosticáveis, mas alarmantes 90% destes não têm acesso a tratamento adequado. Este cenário não é exclusivo da Índia; reflete uma distribuição global desigual de recursos de saúde mental, exacerbada pela escassez de profissionais qualificados e barreiras relacionadas ao estigma e à acessibilidade.

📍IA Como Ferramenta de Transformação

Explorando o potencial da IA, Dr. Patel discute como essa tecnologia pode ser uma aliada na personalização do tratamento de transtornos como a depressão. Ele detalha um estudo financiado pelo NIH que está comparando intervenções psicológicas com fluoxetina, um antidepressivo comum, em um amplo ensaio clínico. A IA é utilizada para desenvolver regras de tratamento precisas, possibilitando que médicos de atenção primária tomem decisões informadas sobre a alocação de tratamentos.

📍Inovações em Prevenção e Diagnóstico Precoce

O psiquiatra também enfatiza a aplicação da IA na detecção precoce de riscos de saúde mental em crianças expostas a adversidades. Projetos inovadores na Índia e no Malawi utilizam avaliações digitais, como rastreadores de olhar e jogos interativos, para medir a cognição infantil. Algoritmos de aprendizado de máquina analisam esses dados para identificar indicadores precoces de futuros desafios de aprendizagem e saúde mental, facilitando intervenções antecipadas e personalizadas.

📍Questões Éticas e o Caminho a Seguir

Um aspecto crucial abordado por Dr. Patel é a ética na implementação da IA. Ele ressalta a importância da privacidade e segurança dos dados, especialmente dado o estigma associado aos transtornos mentais. Além disso, o médico alerta para o risco de viés em dados de IA, que podem perpetuar desigualdades se não forem adequadamente diversificados e representativos. Dr. Patel defende que a IA deve complementar, e não substituir, o contato humano, valorizando o toque empático de profissionais de saúde treinados.

📍Futuro da IA e Empatia Artificial

Concluindo, Dr. Patel reflete sobre o papel emergente de tecnologias como chatbots e assistentes virtuais. Embora essas ferramentas possam simular respostas empáticas através de modelos avançados de linguagem, ele enfatiza que verdadeira empatia requer consciência e compreensão humana, algo que a IA ainda não pode replicar.

Esta entrevista, nos leva a refletir sobre os avanços científicos e tecnológicos na saúde mental, e sobre como integrar essas ferramentas de maneira ética e eficaz no cuidado ao paciente, sempre com um olhar atento às necessidades humanas fundamentais.

👉🏻 Para acessar a entrevista na íntegra, disponibilizamos aqui o link de acesso


🔹MEDICINA INTENSIVA

Sepse: Efeitos Da Piperacilina-Tazobactam versus Cefepima

 Sepse: Efeitos Da Piperacilina-Tazobactam versus Cefepima
Sepse: Efeitos Da Piperacilina-Tazobactam versus Cefepima

Um estudo publicado no JAMA Internal Medicine em 13 de maio de 2024, traz atualizações sobre as práticas de prescrição de antibióticos para pacientes com sepse, particularmente sobre os efeitos do uso de piperacilina-tazobactam versus cefepima. Este estudo é particularmente relevante dado o papel crucial dos antibióticos no manejo da sepse, uma das principais causas de mortalidade hospitalar e custos de internação nos Estados Unidos.

🟦 Características dos pacientes envolvidos no estudo: 

Fonte: Chanderraj R, Admon AJ, He Y, et al., 2024
Fonte: Chanderraj R, Admon AJ, He Y, et al., 2024

Detalhes e Descobertas

O estudo investigou as taxas de mortalidade associadas com dois regimes antibióticos amplamente utilizados: piperacilina-tazobactam e cefepima, ambos em combinação com vancomicina. Utilizando a escassez nacional de piperacilina-tazobactam como uma oportunidade naturalista de estudo, os pesquisadores exploraram as diferenças nos resultados clínicos em um ambiente de prática clínica realista e diversificado.

Principais Resultados:

  • Mortalidade em 90 dias: Pacientes tratados com piperacilina-tazobactam mostraram um aumento de 5% na mortalidade em 90 dias comparado com aqueles tratados com cefepima. Este efeito persistiu mesmo após ajustes para variáveis como tendências temporais e fontes de infecção.
  • Uso de Antibióticos Anti-anaeróbios: A análise destacou a associação entre piora dos resultados e a exposição a antibióticos anti-anaeróbios como o metronidazol. Isso sugere que o uso indevido de antibióticos de amplo espectro pode ser prejudicial, especialmente se não houver indicação clara para tal.

📈 O gráfico a seguir, ilustra a sobrevivência de 90 dias para a coorte primária do estudo:

Fonte: Chanderraj R, Admon AJ, He Y, et al., 2024
Fonte: Chanderraj R, Admon AJ, He Y, et al., 2024

Implicações Clínicas e Direções Futuras

Este estudo sugere que o tratamento empírico com piperacilina-tazobactam, apesar de comum, pode não ser a melhor escolha para todos os pacientes com sepse, especialmente aqueles sem necessidade explícita de cobertura anti-anaeróbica. Os clínicos devem considerar cuidadosamente as características individuais dos pacientes e as especificidades da infecção ao escolher um regime antibiótico.

📈 No gráfico abaixo, é possível visualizar o impacto dos tratamentos com piperacilina-tazobactam e cefepima sobre a mortalidade em 90 dias entre adultos hospitalizados com suspeita de sepse, utilizando a variável instrumental primária e análises de sensibilidade:

Fonte: Chanderraj R, Admon AJ, He Y, et al., 2024
Fonte: Chanderraj R, Admon AJ, He Y, et al., 2024

As descobertas também reforçam a necessidade de uma seleção mais criteriosa de antibióticos na prática clínica para evitar efeitos adversos desnecessários e melhorar os resultados dos pacientes. Estudos futuros devem focar em desvendar os mecanismos pelos quais a depleção de anaeróbios pode piorar os desfechos clínicos e explorar alternativas mais seguras e eficazes para o tratamento da sepse.

Esta pesquisa destaca a complexidade do tratamento da sepse e a importância de abordagens personalizadas na seleção de antibióticos. Aumentar a conscientização sobre as potenciais desvantagens de regimes antibióticos comuns e promover a prudência no uso de antibióticos pode ter um impacto significativo na sobrevivência e na qualidade de vida dos pacientes com sepse. 

👉🏻 Para aprofundar o seu conhecimento nas descobertas desta pesquisa, disponibilizamos aqui, o link de acesso ao estudo na íntegra! 


🔹NEUROCIÊNCIA

Novas Perspectivas Sobre o Processo de Formação de Memórias

Novas Perspectivas Sobre o Processo de Formação de Memórias
Novas Perspectivas Sobre o Processo de Formação de Memórias

Pesquisadores da Universidade de Yale, liderados por Ilker Yildirim, professor assistente de psicologia, e John Lafferty, professor de estatísticas e ciência de dados, publicaram um estudo no periódico Nature Human Behavior que oferece novas perspectivas sobre o processo seletivo de formação de memórias no cérebro humano.

Segundo o estudo, nosso cérebro está constantemente exposto a um volume de informações sensoriais, mas apenas uma pequena parte dessas experiências é convertida em memórias duradouras. A pesquisa sugere que a memória humana favorece experiências que o cérebro não consegue explicar ou compreender de imediato. "A mente prioriza lembrar de coisas que ela não consegue explicar muito bem", explica Yildirim.

Assim, eventos previsíveis ou rotineiros são frequentemente ignorados, enquanto situações surpreendentes ou difíceis de interpretar tornam-se memoráveis. Um exemplo claro disso seria a estranheza de encontrar um hidrante em um ambiente natural isolado, uma imagem que, pela sua incongruência, fixa-se na memória.

Para investigar esses mecanismos, os pesquisadores desenvolveram um modelo computacional que simula dois processos fundamentais na formação da memória: a compressão e a reconstrução de sinais visuais. Esse modelo foi então testado em um estudo comportamental, no qual os participantes foram expostos a uma série de imagens naturais exibidas rapidamente. Posteriormente, foi pedido que recordassem imagens específicas.

Os resultados mostraram uma correlação direta entre a dificuldade do modelo computacional em reconstruir uma imagem e a probabilidade de essa imagem ser lembrada pelos participantes. Ou seja, quanto mais complexa a cena para o modelo, mais memorável ela era para os humanos.

Este estudo portanto, esclarece aspectos intrigantes sobre a seleção de memórias no cérebro humano, sugerindo implicações futuras para o desenvolvimento de tecnologias de inteligência artificial. Lafferty, que também é diretor do Centro de Neurocomputação e Inteligência de Máquina no Instituto Wu Tsai, destaca que compreender a percepção humana de cenas pode ajudar a criar sistemas de memória artificial mais eficazes.

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🌟🧑🏻‍⚕️Oportunidades e Carreiras Médicas👩🏻‍⚕️🌟

🎓 Telemedicina

A pandemia de COVID-19 ressaltou a importância crucial da telemedicina no acesso contínuo aos cuidados de saúde. Durante esse período desafiador, a telemedicina serviu como uma linha vital para pacientes isolados e demonstrou seu potencial para transformar o atendimento médico em áreas rurais e carentes.

Com a adoção emergencial de flexibilidades legislativas e regulatórias, médicos puderam oferecer serviços remotamente, uma prática anteriormente restrita a locais específicos. Essa expansão permitiu que os pacientes recebessem cuidados diretamente de suas casas.

A pesquisa recente da AMA revela que 74% dos médicos ainda operam em práticas que oferecem telemedicina, indicando um aumento significativo em comparação com os anos anteriores à pandemia. Essa adesão sublinha a necessidade de solidificar as flexibilidades da telemedicina como parte integrante de nossa infraestrutura de saúde.

Diante deste cenário, surge uma oportunidade para profissionais da saúde. A permanência da telemedicina no cenário pós-pandêmico não apenas facilitará o acesso dos pacientes a serviços de saúde, mas também impulsionará o desenvolvimento de modelos híbridos de atendimento, combinando consultas presenciais, monitoramento remoto e consultas virtuais.

Para os médicos, isso representa uma chance de ampliar sua atuação, alcançando pacientes em locais remotos ou que, por outros motivos, têm dificuldade de acesso a consultórios físicos.

A integração da telemedicina às práticas médicas expande o alcance dos profissionais de saúde e fortalece o sistema de saúde ao promover cuidados contínuos e especializados para todos, independentemente de sua localização geográfica.

Esta é uma era de transformação na medicina, e a telemedicina está no centro dessa evolução. Abraçar essa mudança impulsionará o acesso e a qualidade do atendimento ao paciente, abrindo novas frentes na carreira médica, redefinindo o que significa cuidar da saúde no século XXI.

😉

Referência:
Ehrenfeld, J. M. (2024, May 14). Permanently expanding telehealth access will improve public health. American Medical Association. Retrieved from https://www.ama-assn.org/about/leadership/permanently-expanding-telehealth-access-will-improve-public-health

📚🧠Triagem Literária🧠📚

 Originals: How Non-Conformists Move the World
Originals: How Non-Conformists Move the World

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Recomendamos a leitura inspiradora de "Originals: How Non-Conformists Move the World", de Adam Grant. Este livro desafia os leitores a repensar a maneira como promovem inovações e defendem ideias novas e contracorrentes, explorando como podemos originar mudanças significativas sem arriscar tudo. Com uma abordagem baseada em estudos surpreendentes e histórias de diversos campos, como negócios, política e entretenimento, Grant revela estratégias para reconhecer boas ideias, superar o medo e a dúvida, e nutrir originalidade nos outros. Entre exemplos marcantes, aprendemos com uma profissional que desafiou Steve Jobs na Apple, um analista que mudou as políticas de segredo na CIA e até como uma decisão audaciosa salvou a série Seinfeld. Este livro é essencial para quem busca cultivar um ambiente que acolha o questionamento e valorize a diversidade de pensamentos, contribuindo para um futuro onde a originalidade é a chave para o progresso.😉


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