Avaliação Cardiovascular e Obesidade
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Avaliação Cardiovascular e Obesidade

Avaliação Cardiovascular e Obesidade; Insônia; Peste Negra e Genoma Humano; Plagued: Pandemics from the Black Death to Covid-19 and Beyond.

Triagem | Academia Médica
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🔔Destaques desta edição:

📢 Avaliação Cardiovascular em Pacientes com Obesidade;

📢 Terapia Cognitivo-Comportamental no Tratamento da Insônia Crônica;

📢Peste Negra e Genoma Humano;

📚 Pandemics from the Black Death to Covid-19 and Beyond



"O primeiro passo para o sucesso em qualquer ocupação é se interessar por ela."- William Osler

Refletindo sobre a citação de William Osler, encontramos uma verdade sobre o sucesso profissional. Esta mensagem, embora possa nos parecer simples e óbvia à primeira vista, nos reforça sobre a importância da manutenção do interesse ou, em outras palavras, do engajamento permanente em nossa prática.

Osler, um médico influente e educador, foi uma figura transformadora na medicina, não apenas por sua contribuição à educação médica, mas também pelo seu estilo humanístico de prática médica. Sua frase nos leva a refletir como o sucesso vai além da mera aptidão; ele é alimentado por um interesse genuíno e uma paixão pela ocupação.

"Nesse contexto, quando enfrentamos momentos de rotina, desânimo ou incertezas em nossa carreira, o desafio pode ser redefinir nossos interesses iniciais, recordar os propósitos que nos levaram a começar ou até mesmo construir novos objetivos. Isso destaca a importância de manter o engajamento e a adaptabilidade em nossa jornada profissional, mesmo diante de desafios."

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Foi um prazer compartilhar esta semana de aprendizado e atualização!

Excelente final de semana! 💙

Mas antes, aproveite o conteúdo que preparamos para você! 📖


🔹CARDIOLOGIA

Explorando Desafios da Avaliação e Manejo Cardiovascular em Pacientes com Obesidade

Explorando Desafios da Avaliação e Manejo Cardiovascular em Pacientes com Obesidade
Explorando Desafios da Avaliação e Manejo Cardiovascular em Pacientes com Obesidade

Em 08 de janeiro de 2024, a American College of Cardiology (ACC) apresentou um debate abrangente sobre as complexidades e desafios enfrentados na avaliação e manejo cardiovascular de pacientes com obesidade. Esta discussão evidencia a crescente importância da obesidade como um fator de risco significativo para doenças cardiovasculares e sublinha a necessidade de uma abordagem multifacetada para o tratamento desses pacientes. A seguir, vamos explorar em detalhes os aspectos mais relevantes desta discussão.

💓 Complexidade da Obesidade e Risco Cardiovascular

A obesidade, classificada pela OMS quando o IMC é igual ou superior a 30 kg/m², é um fator central na gênese de doenças cardiovasculares, como aterosclerose, insuficiência cardíaca e fibrilação atrial. Além disso, ela está intrinsecamente ligada a riscos adicionais, como hipertensão, diabetes tipo 2 e distúrbios do sono. As limitações do IMC, principalmente em diferentes grupos populacionais, ressaltam a necessidade de avaliações mais precisas, como a medição da circunferência abdominal.

🩺 Diagnóstico em Pacientes Obesos: Desafios e Alternativas

A obesidade impõe barreiras significativas aos métodos convencionais de diagnóstico cardíaco. Por exemplo, no ECG, a presença de tecido adiposo substancial pode mascarar sinais críticos de isquemia. Na ecocardiografia, a resolução espacial é frequentemente comprometida, mas pode ser melhorada com o uso de contraste ultrassonográfico. Em termos de imagem, a angiografia por tomografia computadorizada (TC) se mostra menos eficaz com o aumento do IMC, enquanto a ressonância magnética apresenta limitações relacionadas ao tamanho dos equipamentos.

💊Farmacoterapia: Ajustes e Precauções

A obesidade altera a farmacocinética e a farmacodinâmica, desafiando a eficácia dos tratamentos padrões. Medicamentos lipofílicos podem necessitar de ajustes na dosagem, e condições como a doença hepática gordurosa não alcoólica exigem atenção especial. O manejo de anticoagulantes orais diretos em pacientes obesos é particularmente complexo, com riscos de sub dosagem.

💓 Intervenções Cardiológicas em Pacientes Obesos

Embora o IMC não seja um preditor de mortalidade em intervenções coronárias, pacientes obesos enfrentam desafios específicos, como o acesso vascular durante procedimentos percutâneos. O paradoxo da obesidade, que observa um efeito neutro ou benéfico da obesidade na mortalidade pós-intervenção, permanece uma área de investigação intensa.

👩🏻‍⚕️Manejo da Obesidade: Além da Perda de Peso

O tratamento da obesidade vai além da perda de peso e envolve um compromisso com mudanças no estilo de vida e na alimentação. Terapias como a cirurgia bariátrica devem ser consideradas para redução do risco cardiovascular em pacientes com IMC elevado e falha em terapias conservadoras. Além disso, novas opções farmacológicas, como os agonistas do receptor de GLP-1, têm mostrado promessa não apenas na redução do peso, mas também em benefícios cardiovasculares diretos.

💙 Um Olhar Integrado na Obesidade e Saúde Cardiovascular

A abordagem da obesidade em pacientes com doenças cardiovasculares requer uma visão integrada que considere as complexidades diagnósticas, terapêuticas e de manejo de estilo de vida. A compreensão das nuances na prescrição para pacientes obesos e o reconhecimento de comorbidades são essenciais para otimizar os resultados de saúde.

📰 Clique aqui para ler o texto na íntegra!

🔹MEDICINA DO SONO

Terapia Cognitivo-Comportamental no Tratamento da Insônia Crônica em Adultos

Terapia Cognitivo-Comportamental no Tratamento da Insônia Crônica em Adultos
Terapia Cognitivo-Comportamental no Tratamento da Insônia Crônica em Adultos

Um estudo publicado em JAMA Psychiatry em 17 de janeiro de 2024, pesquisadores oferecem uma nova perspectiva sobre a Terapia Cognitivo-Comportamental para Insônia (CBT-I), um tratamento de primeira linha para a insônia crônica. 

Network Diagram at Treatment Level - Fonte: Furukawa Y, Sakata M, Yamamoto R, et al., 2024
Network Diagram at Treatment Level - Fonte: Furukawa Y, Sakata M, Yamamoto R, et al., 2024

A insônia crônica, prevalente em 4% a 22% da população dos EUA, é caracterizada pela perturbação contínua do sono, acompanhada por estresse significativo ou prejuízo no funcionamento diurno. A CBT-I surge como uma abordagem estruturada e não medicamentosa, que integra estratégias educacionais, cognitivas e comportamentais. Essas técnicas incluem métodos como reestruturação cognitiva, controle de estímulos, restrição do sono, entre outros, visando melhorar a qualidade do sono e aliviar os sintomas da insônia.

O estudo em questão, que analisou 241 ensaios clínicos, expõe que, enquanto a CBT-I em sua totalidade demonstra eficácia, alguns de seus componentes individuais se destacam. A pesquisa revela que técnicas como reestruturação cognitiva e componentes da terceira onda são particularmente eficazes, ao passo que a higiene do sono e o diário de sono mostraram-se menos influentes. De forma intrigante, a prática de relaxamento, frequentemente incluída na CBT-I, pode ser até prejudicial em alguns contextos.

Além de identificar os componentes mais eficazes da Terapia Cognitivo-Comportamental para Insônia (CBT-I), o estudo também aborda diferentes formatos de entrega desta terapia. Na tabela é possível observar os diversos aspectos da Terapia Cognitivo-Comportamental para Insônia (CBT-I), oferecendo uma compreensão clara dos elementos que compõem este tratamento e as várias formas pelas quais ele pode ser administrado:

Fonte: Furukawa Y, Sakata M, Yamamoto R, et al., 2024
Fonte: Furukawa Y, Sakata M, Yamamoto R, et al., 2024

As sessões presenciais são comumente recomendadas, mas o estudo não encontrou uma superioridade clara. Este achado sugere que alternativas ao modelo presencial tradicional podem ser igualmente eficazes no tratamento da insônia crônica. Esta perspectiva abre portas para a exploração de tratamentos mais acessíveis e escaláveis, aumentando a disponibilidade e a facilidade de acesso ao tratamento para uma gama mais ampla de pacientes.

A tabela a seguir traz um detalhamento das associações estimadas para todos os resultados, obtidas a partir das Meta-Análises de Rede de Componentes. Ela fornece uma análise abrangente e quantitativa das eficácias dos diferentes componentes da terapia:

Fonte: Furukawa Y, Sakata M, Yamamoto R, et al., 2024
Fonte: Furukawa Y, Sakata M, Yamamoto R, et al., 2024

Apesar de seus insights, o estudo não está isento de limitações. A qualidade das evidências varia, e a interação entre os componentes pode não estar totalmente capturada, sugerindo a necessidade de mais pesquisas.

O estudo, ao destacar componentes específicos e métodos de entrega, oferece uma nova direção para pesquisas futuras e práticas clínicas, visando melhorar significativamente a vida dos pacientes afetados por essa condição.

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Para mais informações, disponibilizamos aqui o link de acesso a pesquisa na íntegra. 

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🔹GENOMA

Peste Negra e Genoma Humano: Estudo Desafia Teoria sobre Adaptação Genética

Peste Negra e Genoma Humano: Estudo Desafia Teoria sobre Adaptação Genética
Peste Negra e Genoma Humano: Estudo Desafia Teoria sobre Adaptação Genética

Um estudo publicado em 17 de janeiro na revista Science Advances desafia a ideia de que a Peste Negra, que devastou Cambridge, Inglaterra, em 1349, deixou marcas significativas no genoma humano. O estudo contrapõe um anterior, publicado na Nature em 2022, que propôs que a pandemia influenciou a evolução de variantes genéticas específicas responsáveis pela imunidade. Esse debate é evidenciado na publicação da revista Nature em 17 de janeiro de 2024.

A Peste Negra, responsável pela morte de até 60% da população europeia, não parece ter provocado mudanças duradouras na constituição genética dos habitantes de Cambridge, de acordo com as descobertas do atual estudo de Ruoyun Hui, geneticista populacional da Universidade de Cambridge, e colegas. "Não encontramos muitas evidências que apoiassem a adaptação das respostas imunológicas devido à peste", afirma Hui.

Genomas humanos são frequentemente marcados por evidências de surtos de doenças históricas, com variantes genéticas específicas ajudando na sobrevivência contra infecções. No entanto, Luis Barreiro, geneticista populacional da Universidade de Chicago, aponta a complexidade de ligar tais mudanças genéticas a eventos específicos como a Peste Negra, devido à natureza gradual da seleção natural.

O estudo da Nature em 2022, liderado por Barreiro, analisou centenas de genomas antigos de Londres e da Dinamarca. A pesquisa identificou mais de 200 variantes de genes imunológicos alteradas após a Peste Negra. Destas, variantes do gene ERAP2 se mostraram benéficas no controle do patógeno Yersinia pestis em experimentos de laboratório.

Contrastando com esses achados, o novo estudo de Cambridge, que sequenciou 275 genomas de indivíduos da época medieval e pós-medieval, revelou poucos sinais de seleção natural específica pós-Peste Negra. Apenas cerca de 10% das 245 variantes imunológicas identificadas no estudo londrino mostraram mudanças de frequência significativas em Cambridge. Notavelmente, as variantes do ERAP2 não demonstraram alteração de frequência.

Iain Mathieson, geneticista populacional da Universidade da Pensilvânia, ressalta que os resultados não são surpreendentes. Em um preprint de 2023, Mathieson e colaboradores apontaram falhas analíticas no estudo de Barreiro, questionando as conclusões anteriores.

Apesar da discordância, Barreiro defende os resultados de seu estudo, especialmente no que diz respeito ao papel do ERAP2. Estudos epidemiológicos separados corroboram a importância desse gene na proteção contra infecções respiratórias. Além disso, um preprint de 2023 usando um modelo de aprendizado profundo sugeriu que algumas variantes do ERAP2 estiveram sob seleção nos últimos 2.000 anos, incluindo o período da Peste Negra.

O debate atual se concentra nas escalas de tempo em que eventos epidêmicos podem influenciar o genoma humano. Iain Mathieson, geneticista populacional da Universidade da Pensilvânia, observa que uma única epidemia, por si só, é improvável de ter um impacto genético substancial.

No entanto, quando nos referimos a epidemias e pandemias repetidas ao longo do tempo, fica evidente que esses eventos recorrentes podem, ao longo de várias gerações, exercer uma influência mais significativa sobre o genoma humano. Em outras palavras, o acúmulo de efeitos da seleção natural em resposta a surtos de doenças repetidos poderia resultar em mudanças genéticas mais perceptíveis.

Para uma compreensão completa do impacto da Peste Negra e de outros surtos de doenças no passado, é necessário um conjunto ainda maior de genomas antigos, concordam os pesquisadores. "A questão não será resolvida de maneira definitiva até que tenhamos tamanhos de amostra muito maiores", conclui Barreiro, indicando a necessidade contínua de pesquisa na área.

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📚🧠Triagem Literária🧠📚

 Plagued: Pandemics from the Black Death to Covid-19 and Beyond
Plagued: Pandemics from the Black Death to Covid-19 and Beyond

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"Destacamos a obra impactante 'Plagued: Pandemics from the Black Death to Covid-19 and Beyond', do renomado especialista em doenças infecciosas, Dr. John Froude. Com quase cinco décadas de experiência em quatro continentes, Froude apresenta uma análise profunda e envolvente das pandemias que moldaram a história e a evolução humana. Neste livro, ele explora desde a febre amarela e a peste bubônica até a AIDS e a Covid-19, mesclando ciência e narrativa para revelar a complexa relação entre humanos, bactérias e vírus. Além de relatar a história das pandemias, Froude investiga o fascinante universo da imunidade humana e como ela evoluiu em resposta a esses microscópicos adversários. 'Plagued' é uma leitura essencial para compreender o surgimento incessante de pandemias e buscar caminhos para enfrentar futuros desafios sanitários, combinando lições do passado e insights da ciência moderna. Este livro é uma ferramenta valiosa para profissionais da saúde, estudantes e qualquer pessoa interessada em entender melhor as forças invisíveis que continuamente remodelam nosso mundo."


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