Eficácia de Tratamentos para Enxaquecas em Pediatria; Qualidade Versus Quantidade de HDL e Alzheimer; Revisão por Pares; Mercado de trabalho em Ciência; Atenção à Primeira Infância; LGPD na Saúde.
🔔Destaques desta edição: | ||
💙Eficácia de Tratamentos para Enxaquecas em Pediatria; | ||
💙Qualidade Versus Quantidade de HDL: Implicações para Risco de Alzheimer; | ||
💙Revisão por Pares: Perspectivas Históricas e Curiosidades; | ||
🎓Mercado de Trabalho em Ciência; | ||
📢Atenção Integral à Primeira Infância; | ||
📚 LGPD na Saúde. | ||
"O avanço da ciência e a difusão da informação são o melhor alimento para a verdadeira liberdade." ― James Madison | ||
O conhecimento é uma chave que abre portas e derruba barreiras. A cada descoberta científica, somos impulsionados a explorar novas fronteiras, refinar técnicas e redefinir nossa interação com o mundo. | ||
A dedicação à ciência, inovação e pesquisa fortalece nosso compromisso pessoal, acentua nosso senso de propósito e molda nosso legado, contribuindo decisivamente para o avanço humano, uma esfera que incessantemente exige renovação e evolução contínua. | ||
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Que você tenha um ótimo dia! | ||
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🔹PEDIATRIA | ||
Eficácia de Tratamentos para Enxaquecas em Pediatria | ||
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A enxaqueca, que afeta de forma significativa crianças e adolescentes, é o foco de uma recente Network Meta-Analysis publicada na JAMA Network Open em 10 de outubro de 2024. Este estudo é uma das maiores análises realizadas até o momento sobre o tratamento preventivo da enxaqueca na infância e adolescência, trazendo insights sobre a eficácia, segurança e aceitabilidade dos tratamentos farmacológicos. | ||
A enxaqueca é uma das principais desordens neurológicas na infância e adolescência, com uma prevalência estimada em 11%. Este distúrbio além de prejudicar a qualidade de vida, também causa um prejuízo no desempenho acadêmico, podendo aumentar o risco para transtornos psicológicos, como depressão e ansiedade. | ||
Estratégias de Tratamento Avaliadas | ||
O tratamento da enxaqueca envolve geralmente duas abordagens: medicamentos para alívio imediato e tratamento profilático para prevenir futuros episódios. Entre os tratamentos preventivos, a pesquisa destacou a eficácia de várias medicações em comparação com placebo: | ||
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Ainda assim, é importante notar que nenhum dos tratamentos melhorou significativamente a qualidade de vida ou reduziu a duração dos episódios de enxaqueca, o que destaca a necessidade de pesquisas adicionais para explorar abordagens terapêuticas mais abrangentes. | ||
🟦 A figura ilustra como diferentes tratamentos se associam a uma taxa de resposta igual ou superior a 50% na redução da frequência das enxaquecas, destacando os métodos mais eficazes no estudo: | ||
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A análise incluiu um grande número de estudos, aumentando a robustez e generalização dos resultados. Além disso, o estudo aplicou uma abordagem metodológica rigorosa, separando variáveis categóricas e contínuas em suas análises de tamanho de efeito, e utilizou a meta-regressão para avaliar a influência das características de base nos resultados do tratamento. | ||
Os autores recomendam a realização de ensaios clínicos randomizados e controlados por placebo sobre várias medicações, incluindo levetiracetam, cinarizina e flunarizina. Além disso, destacam a importância da investigação adicional sobre terapias combinadas, especialmente aquelas que envolvem suplementos como vitamina D3 e riboflavina. | ||
🟦 Esta figura demonstra a associação entre os tratamentos analisados e a intensidade da dor de cabeça, revelando quais terapias contribuem significativamente para a diminuição da severidade das enxaquecas: | ||
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A pesquisa também reforça o potencial das terapias combinadas e ressalta a importância de testes clínicos mais amplos para confirmar esses achados e explorar novas estratégias para melhorar o cuidado no manejo da enxaqueca em crianças e adolescentes. | ||
Para mais informações sobre esta pesquisa disponibilizamos o estudo completo aqui. | ||
🔹ENDOCRINOLOGIA | ||
Qualidade Versus Quantidade de HDL: Implicações para Risco de Alzheimer | ||
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Um estudo publicado no Journal of Clinical Endocrinology & Metabolism traz atualizações sobre o papel do colesterol HDL, conhecido como o "bom colesterol", na saúde cerebral das mulheres, especialmente durante e após o período da menopausa. Contrariando a crença anterior de que níveis mais altos de HDL-C estão associados à proteção contra doenças, a pesquisa liderada por Samar R. El Khoudary, Ph.D., M.P.H., da Escola de Saúde Pública da Universidade de Pittsburgh, sugere que a qualidade das partículas de HDL é mais significativa do que sua quantidade no risco de Alzheimer. | ||
Principais Descobertas | ||
A pesquisa analisou dados de 503 mulheres participantes do estudo "Study of Women's Health Across the Nation" (SWAN), focando especificamente no estudo auxiliar sobre HDL. Os principais achados incluem: | ||
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Implicações para a Prevenção | ||
O estudo também reforça a importância dos comportamentos saudáveis recomendados pela Associação Americana do Coração (AHA) . Esses comportamentos incluem atividade física, manutenção de um peso ideal e abandono do tabagismo. Curiosamente, tais práticas podem melhorar a qualidade das partículas de HDL, enriquecendo-as com fosfolipídios benéficos, o que pode, por sua vez, oferecer proteção adicional contra o declínio cognitivo. | ||
Este estudo ressalta que, embora níveis elevados de HDL-C tradicionalmente sejam vistos como benéficos, é a qualidade das partículas de HDL que pode ser crucial, especialmente para mulheres em período de menopausa e além. Samar R. El Khoudary salienta a necessidade de focar em medidas preventivas que podem ser adotadas já na casa dos 40 anos para proteger a função cerebral. A qualidade do HDL mostra-se como um indicador potencialmente importante para o risco de Alzheimer, mudando a forma como entendemos e abordamos a saúde cerebral ao longo da vida. | ||
🔹CIÊNCIA | ||
Revisão por Pares: Perspectivas Históricas e Curiosidades | ||
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A revisão por pares é uma prática fundamental na ciência moderna, garantindo a validade e a confiabilidade dos estudos publicados. Entretanto, poucos sabem como essa prática evoluiu ao longo do tempo. Recentemente, a Royal Society, uma das mais antigas e prestigiosas sociedades científicas do mundo, ofereceu um vislumbre em sua rica história ao liberar mais de 1.600 relatórios de revisão, abrangendo o período de 1949 a 1954. Estes documentos, que agora fazem parte do arquivo histórico da sociedade, revelam muito sobre a evolução da revisão por pares. | ||
A publicação da Nature em 15 de outubro de 2024, nos mostra que A Royal Society iniciou a prática de revisão por pares em suas publicações há quase 200 anos, mas foi somente nos anos 1970 que o processo se tornou mais formalizado. Antes disso, os relatórios de revisores poderiam conter desde atualizações sobre férias até comentários casuais sobre outras atividades dos revisores. Louisiane Ferlier, gerente de recursos digitais da sociedade, destaca que os primeiros relatórios eram muito mais informais e focados no diálogo entre cientistas. Essa troca franca, embora informal, era essencial para melhorar a comunicação dos resultados científicos. | ||
Curiosidades e Desafios na Revisão por Pares | ||
Os relatórios trazem insights sobre o processo científico, mas também revelam aspectos humanos e técnicos interessantes. Por exemplo, a química Dorothy Hodgkin, ao revisar o manuscrito sobre a estrutura do DNA de Francis Crick e James Watson em 1953, sugeriu que eles retocassem fotografias para eliminar reflexos indesejados – um problema que as câmeras modernas corrigem automaticamente. Além disso, os relatórios variavam enormemente em comprimento, desde breves anotações até extensas análises manuscritas de 24 páginas. | ||
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Viés e Imparcialidade | ||
O arquivo também é um testemunho dos desafios relacionados ao viés na revisão por pares. Relatos de revisores revelam que o conhecimento prévio sobre um autor poderia influenciar a confiança na análise apresentada. Em contrapartida, comentários extremamente negativos também demonstram como preconceitos pessoais poderiam afetar o julgamento sobre um trabalho. | ||
Em 1901, o físico George Burch recomendou a publicação de um artigo apesar de não estar convencido pelos resultados e incapaz de replicá-los, preocupado que rejeitá-lo pudesse transmitir uma impressão de viés. | ||
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Impacto da Tecnologia e Geopolítica | ||
O advento do computador e suas aplicações também geraram debates. Alan Turing, por exemplo, enfrentou críticas e apoios divididos sobre seu trabalho em morfogênese química, que propunha novos métodos de modelagem matemática para a biologia. Além disso, durante períodos de tensão geopolítica, como a Segunda Guerra Mundial, a publicação de pesquisas era cuidadosamente avaliada para evitar que informações valiosas caíssem em mãos inimigas. | ||
Interessantemente, a revisão por pares também serviu para ajudar as editoras a controlar custos. Revisores eram frequentemente questionados sobre a necessidade de figuras ou tabelas, ajudando a reduzir os custos de impressão, um aspecto prático, porém menos discutido, desse processo. | ||
Ao entender as origens e as transformações na revisão por pares, podemos apreciar melhor seu valor inestimável na promoção de uma ciência rigorosa e imparcial. A revisão por pares continua a ser um pilar crucial na validação científica, e sua evolução é um testemunho do compromisso contínuo da comunidade científica com a excelência. | ||
🌟🧑🏻⚕️Oportunidades e Carreiras Médicas👩🏻⚕️🌟 | ||
🎓Mercado de Trabalho em Ciência | ||
Navegar pelo mercado de trabalho em ciência pode muitas vezes parecer um processo misterioso, mas dados recentes de uma pesquisa da Nature mostram como os gestores de contratação, tanto na academia quanto na indústria, buscam em seus candidatos. Aqui estão insights para ajudar você a aprimorar suas estratégias de aplicação para vagas e preparação para entrevistas: | ||
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Referência: | ||
Nordling, L. (2024). Want a new job in science? Six charts to help you land it. Nature, 634(737-740). https://doi.org/10.1038/d41586-024-03343-z | ||
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📢 Oportunidades em Saúde | ||
📢 Atenção Integral à Primeira Infância: Prevenção e Abordagem da Violência | ||
Semana Nacional de Prevenção da Violência na Primeira Infância destaca a importância do papel dos profissionais de saúde | ||
A Semana Nacional de Prevenção da Violência na Primeira Infância, ocorrendo de 12 a 18 de outubro, ressalta o papel da sociedade, especialmente dos profissionais de saúde, no combate aos diversos tipos de abuso, agressão e maus-tratos contra crianças. Durante esta semana, é fundamental enfatizar que os serviços de saúde atuam como espaços estratégicos para a identificação de sinais e sintomas indicativos de violência. | ||
Segundo Sonia Venancio, coordenadora-geral de Atenção à Saúde das Crianças, Adolescentes e Jovens, é vital que a atenção seja redobrada durante a primeira infância, até os 3 anos de idade. Nessa fase, as crianças ainda não possuem a capacidade de expressar suas experiências claramente, o que dificulta a identificação de agressões. "Quanto mais cedo começar e quanto mais tempo durar a exposição a abusos, mais graves os danos", alerta Sonia. | ||
Alerta aos Sinais de Violência | ||
Os profissionais de saúde devem estar atentos a diversos sinais de alerta durante os atendimentos, que podem incluir: | ||
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Estes sinais estão detalhados na Linha de Cuidado para Atenção Integral de Crianças, Adolescentes e suas Famílias em Situação de Violências, que oferece orientações para gestores e profissionais da saúde. A abordagem inclui prevenção, promoção da cultura da paz, acolhimento adequado, atendimento, notificação de casos e acompanhamento na rede de cuidado e proteção social. | ||
Recursos e Formação Continuada | ||
Além das ações práticas, há recursos educativos e de capacitação importantes disponíveis para os profissionais. A Caderneta da Criança – Passaporte da Cidadania, distribuída nacionalmente, inclui informações sobre proteção contra a violência. A Política Nacional de Atenção Integral à Saúde da Criança (Pnaisc) também destaca um eixo específico sobre situações de violência, promovendo a organização e qualificação dos serviços. | ||
Importante mencionar, o curso gratuito oferecido pela Fiocruz Brasília em parceria com o Unasus, "Escuta de Crianças e Adolescentes na rede de serviços no SUS", visa qualificar profissionais sobre como conduzir casos de violência, com foco na escuta ativa e protegida das vítimas. | ||
👉🏻 As inscrições para este curso estão abertas até 8 de novembro. | ||
A prevenção da violência na primeira infância é um desafio que requer uma abordagem multidisciplinar e integrada. É essencial que os profissionais de saúde estejam bem informados e preparados para identificar e gerenciar esses casos delicados. Como parte do compromisso com a saúde e segurança infantil, a participação ativa e educada dos profissionais pode fazer uma diferença significativa na vida das crianças em situação de risco. | ||
Referência: | ||
Ministério da Saúde. (2024, Outubro 12). Começa neste sábado (12) a Semana de Prevenção da Violência na Primeira Infância. Governo do Brasil. https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/noticias/2024/outubro/comeca-neste-sabado-12-a-semana-de-prevencao-da-violencia-na-primeira-infancia | ||
📚🧠Triagem Literária🧠📚 | ||
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Destacamos a obra "LGPD na Saúde", um estudo sobre a Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais e sua aplicação no setor da saúde. Este livro é um guia para entender como a privacidade, o sigilo e a segurança da informação, sempre princípios fundamentais na saúde, são afetados pela legislação. Discute como dados sensíveis, como os de saúde, devem ser manuseados, mesmo em situações que dispensam o consentimento do paciente para garantir a continuidade do tratamento e o benefício ao paciente. A obra também aponta as robustas hipóteses de tratamento desses dados introduzidas pela LGPD e as lacunas que ainda precisam ser preenchidas pela Autoridade Nacional de Dados Pessoais (ANPD). É um recurso tanto para reguladores quanto para profissionais da saúde, estudantes e pesquisadores interessados nas interseções entre tecnologia, inovação e regulamentação em saúde. Um verdadeiro suporte para quem busca aplicar a lei, e expandir as possibilidades de pesquisa e inovação em saúde pública com a devida proteção de dados. | ||
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