Efeitos Cardíacos e Linfoma de Hodgkin Pediátrico
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Efeitos Cardíacos e Linfoma de Hodgkin Pediátrico

Linfoma de Hodgkin Pediátrico; Câncer Infantil; Curso de capacitação em Arboviroses; Hematology and Oncology of Infancy and Childhood.

Triagem | Academia Médica
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🔔Destaques desta edição:

💛 Efeitos Cardíacos tardios e Linfoma de Hodgkin Pediátrico;

💛 Unidos na Luta Contra o Câncer Infantil;

💛 Ministério da Saúde: Curso de capacitação em Arboviroses;

📚 Hematology and Oncology of Infancy and Childhood.

🌟Oportunidades e Carreiras Médicas: Seu Próximo Passo Profissional


"Eu nunca aceitei a incurabilidade do câncer. E, permaneci esperançoso, não por causa de um pensamento desejoso — isso não é progresso — mas por causa da evidência factual do progresso." — Sidney Farber, MD

Dana-Farber Cancer Institute. Sidney Farber, MD
Dana-Farber Cancer Institute. Sidney Farber, MD

Em comemoração ao Dia Internacional do Câncer Infantil, celebrado na última quinta-feira, 15 de fevereiro, refletimos sobre a trajetória de um homem cuja vida foi um testamento à possibilidade de transformar o inimaginável em realidade. Dr. Sidney Farber, reverenciado como o pai da quimioterapia pediátrica, permanece uma figura emblemática na história da medicina. Seu legado transcende gerações, inspirando pesquisadores, médicos e, de forma mais impactante, famílias confrontadas com o diagnóstico de câncer em seus entes queridos.

Farber conquistou um marco histórico ao alcançar a primeira remissão clínica de leucemia infantil com quimioterapia, em uma época onde a doença era considerada fatal. Ele superou o ceticismo arraigado da comunidade científica e enfrentou a resistência cultural à noção de que medicamentos poderiam tratar eficazmente tumores não sólidos, desafiando e mudando os paradigmas existentes.

Seu trabalho pioneiro não se limitou a abrir portas para novos tratamentos pediátricos; ele também estabeleceu um modelo de cuidado total, integrando serviços clínicos, nutricionais, sociais e de aconselhamento em um único local. Esta abordagem holística, agora uma prática universal no tratamento do câncer, é um testamento ao seu legado visionário.

Além disso, Farber foi um visionário na mobilização de apoio para a pesquisa do câncer. Ele compreendeu a importância de engajar o público geral e os legisladores, transformando-se em um diplomata médico cuja eloquência e persuasão abriram os cofres para financiar a batalha contra o câncer. A fundação do Children's Cancer Research Foundation, posteriormente renomeada como Jimmy Fund, ilustra seu talento em catalisar o apoio comunitário e financeiro para a causa.

Sua habilidade de comunicar a urgência e a esperança na pesquisa do câncer era incomparável. Farber não apenas viu o câncer através de um microscópio; ele viu as faces das crianças e das famílias afetadas por ele. Ele entendeu que cada avanço científico era, na verdade, um passo em direção à esperança para inúmeras pessoas.

No Dia Internacional do Câncer Infantil, homenageamos a dedicação incansável de todos que estão engajados na batalha contra o câncer. Por meio do avanço científico, inovações e um forte senso de comunidade, caminhamos juntos em direção a um futuro em que a cura do câncer infantil seja uma realidade. Enfrentando desafios imensos, é a força da vontade individual combinada ao esforço coletivo que nos permite fazer descobertas notáveis na luta contra esta doença.

(Dana-Farber Cancer Institute)

Que a luz nunca se apague na busca por curas!💡💙

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Tenha um excelente dia!

E uma boa leitura! 📖


🔹ONCOLOGIA

Efeitos Cardíacos Tardios em Tratamentos de Linfoma de Hodgkin Pediátrico

Efeitos Cardíacos Tardios em Tratamentos de Linfoma de Hodgkin Pediátrico
Efeitos Cardíacos Tardios em Tratamentos de Linfoma de Hodgkin Pediátrico

Um estudo publicado no JAMA Network Open em 19 de janeiro de 2024, investigou os efeitos tardios da toxicidade cardíaca associados aos protocolos de tratamento para o linfoma de Hodgkin (LH) em crianças, revelando insights importantes sobre as consequências potenciais de mudanças individuais nos protocolos de tratamento do LH. Este estudo é o primeiro a fornecer estimativas quantitativas dos efeitos tardios da toxicidade cardíaca decorrentes de modificações nos protocolos de tratamento, oferecendo uma visão sobre o equilíbrio entre a redução da intensidade do tratamento e o risco de recidiva.

⏹️ Para entender melhor os riscos associados a doenças cardíacas de grau 3 a 5 entre sobreviventes de Linfoma de Hodgkin, apresentamos a seguir a tabela baseada nos modelos de Fine e Gray, aplicados à coorte de sobreviventes de câncer infantil do estudo Childhood Cancer Survivor Study:

Fonte: Lo AC, Liu A, Liu Q, et al., 2024
Fonte: Lo AC, Liu A, Liu Q, et al., 2024

A pesquisa destacou que os esforços substanciais para diminuir os efeitos tóxicos tardios da radioterapia (RT) foram compensados pelo aumento das doses de antraciclinas em alguns casos, em resposta a análises de ensaios clínicos que sugeriram uma sobrevida livre de eventos inadequada com regimes menos intensivos. No entanto, o estudo sugere que as modificações mais recentes nos protocolos, incluindo a redução da RT e o aumento do uso de dexrazoxano, um cardioprotetor, podem reduzir o risco de morbidade cardíaca grave a longo prazo em menos de 2% acima da taxa esperada em uma população não tratada.

📊 A seguir, apresentamos o gráfico que mostra a incidência cumulativa estimada de doenças cardíacas de grau 3 a 5 em quatro ensaios clínicos do Grupo de Oncologia Pediátrica focados em Linfoma de Hodgkin, oferecendo insights sobre os efeitos a longo prazo dos tratamentos utilizados:

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Fonte: Lo AC, Liu A, Liu Q, et al., 2024
Fonte: Lo AC, Liu A, Liu Q, et al., 2024

O papel do dexrazoxano como uma intervenção para reduzir a morbidade cardíaca tardia é particularmente notável. Este agente, que atua como um inibidor da topoisomerase II e quelante de ferro, mostrou-se eficaz na redução dos efeitos tóxicos cardíacos induzidos por antraciclinas, com uma meta-análise apontando para uma redução significativa nos efeitos tóxicos cardíacos clínicos entre estudos não randomizados.

Além disso, o estudo observou uma associação significativa entre o uso de dexrazoxano e a diminuição de desfechos cardiovasculares graves em sobreviventes de câncer infantil, sugerindo que aumentar seu uso poderia oferecer proteção cardíaca semelhante à de reduzir a dose cumulativa de doxorrubicina.

A pesquisa também aborda a importância de adaptar as diretrizes de acompanhamento a longo prazo para sobreviventes de câncer infantil, visando alinhar melhor a frequência de exames de ecocardiografia com o risco associado ao tratamento recebido. Isso poderia ajudar a evitar a excesso de tratamento médico e melhorar a qualidade de vida dos sobreviventes, minimizando ansiedade e interrupções em suas rotinas diárias.

📊 No gráfico, observamos a associação entre a modificação dos componentes individuais do tratamento e a incidência cumulativa de doenças cardíacas no ensaio AHOD0031, apresentando uma análise detalhada dos impactos dessas mudanças no desfecho cardíaco dos participantes:

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Fonte: Lo AC, Liu A, Liu Q, et al., 2024
Fonte: Lo AC, Liu A, Liu Q, et al., 2024

⏹️ No próximo gráfico, visualizamos os resultados estimados de modificações no protocolo S1826 com o objetivo de reduzir ainda mais os efeitos cardíacos tardios, proporcionando uma visão quantitativa das potenciais melhorias na saúde cardíaca dos pacientes:

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Fonte: Lo AC, Liu A, Liu Q, et al., 2024
Fonte: Lo AC, Liu A, Liu Q, et al., 2024

No entanto, o estudo reconhece limitações, incluindo a natureza exploratória da aplicação do modelo dos Sobreviventes de Câncer Infantil (Childhood Cancer Survivor Study - CCSS) a pacientes do Grupo de Oncologia Pediátrica (Children's Oncology Group - COG) e a necessidade de considerar a história familiar de risco cardíaco herdado, além das limitações dos dados auto-relatados sobre desfechos cardíacos. A pesquisa também destaca a necessidade de mais estudos sobre dexrazoxano para confirmar sua eficácia a longo prazo na redução dos efeitos tóxicos cardíacos.

Em conclusão, este estudo sugere que as evoluções nos protocolos de tratamento para o linfoma de Hodgkin em crianças, particularmente a redução do uso de RT, a otimização dos volumes-alvo da RT e o aumento do uso de dexrazoxano, têm o potencial de reduzir significativamente o risco de doença cardíaca tardia. Estes achados são cruciais para orientar futuras decisões de tratamento e melhorar o cuidado de sobreviventes de câncer infantil, reforçando a necessidade de pesquisas adicionais para validar estas intervenções e otimizar ainda mais as estratégias de tratamento e acompanhamento.


🔹CÂNCER INFANTIL

Unidos na Luta Contra o Câncer Infantil

Unidos na Luta Contra o Câncer Infantil
Unidos na Luta Contra o Câncer Infantil

No contexto do Dia Internacional do Câncer Infantil, celebrado em 15 de fevereiro, a Organização Mundial da Saúde (OMS) destaca a importância da conscientização e do apoio à luta contra esta doença, que afeta milhares de crianças ao redor do mundo. Em um esforço para chamar atenção para as disparidades significativas no diagnóstico e tratamento do câncer infantil, a OMS enfatiza a urgência de ações para melhorar a taxa de sobrevivência entre as crianças afetadas, especialmente em países de baixa e média renda.

Diariamente, mais de mil crianças recebem o diagnóstico de câncer, uma realidade que exige uma resposta global coordenada para garantir que todas tenham acesso a cuidados de saúde de qualidade. Nos países de alta renda, os avanços médicos recentes permitiram que mais de 80% das crianças diagnosticadas com câncer tenham uma perspectiva positiva de sobrevivência. Contudo, esta realidade contrasta drasticamente com a situação em nações de baixa e média renda, onde apenas cerca de 20% das crianças diagnosticadas com câncer conseguem acessar tratamentos eficazes e sobreviver.

A OMS ressalta que a detecção precoce e o cuidado adequado são fundamentais para melhorar as chances de sobrevivência. Os pais desempenham um papel crucial neste processo, estando na linha de frente para identificar os primeiros sinais e sintomas de câncer infantil, o que pode significar a diferença entre a vida e a morte para a criança.

Entre os desafios enfrentados no combate ao câncer infantil está o retinoblastoma, um tipo de tumor ocular que, se não detectado e tratado precocemente, pode levar à cegueira. Tumores cerebrais também são comuns, com sintomas que incluem dores de cabeça, atrasos no desenvolvimento e aumento da circunferência da cabeça em bebês.

A Iniciativa Global para o Câncer Infantil, lançada pela OMS em 2018, visa reduzir a lacuna de sobrevivência e garantir que pelo menos 60% das crianças diagnosticadas com câncer sobrevivam até 2030. Este esforço global conta com a colaboração de parceiros como o St. Jude Children's Research Hospital, enfatizando a necessidade de melhorias no diagnóstico e tratamento, especialmente em regiões afetadas por emergências humanitárias, desastres naturais e instabilidade política.

O Dia Internacional do Câncer Infantil serve não apenas para aumentar a conscientização sobre esta questão crítica, mas também para reiterar o chamado à ação para indivíduos e comunidades em todo o mundo. Ao destacar a ampla gama de tipos de câncer que afetam crianças e adolescentes, incluindo leucemias, linfomas e tumores do sistema nervoso central, esta data reforça a importância do engajamento coletivo na luta contra o câncer infantil.


🔹SAÚDE PÚBLICA

Ministério da Saúde divulga Curso de capacitação em Arboviroses

Ministério da Saúde divulga Curso de capacitação em Arboviroses
Ministério da Saúde divulga Curso de capacitação em Arboviroses

O Ministério da Saúde, em parceria com o Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (Conasems), anunciou o lançamento de um Curso de Capacitação em Arboviroses. Este curso, que já está disponível para acesso online, visa aprimorar os conhecimentos e habilidades dos profissionais de saúde, especialmente médicos, no diagnóstico, manejo clínico e reconhecimento dos sinais de alarme das doenças transmitidas pelo Aedes aegypti, como Zika, Dengue e Chikungunya.

Com a frequência e gravidade das epidemias de dengue aumentando no Brasil, onde mais de mil mortes foram registradas em 2023, a necessidade de atualização e capacitação dos profissionais de saúde se torna ainda mais crítica. O curso gratuito é uma resposta a esta necessidade urgente, fornecendo recursos educacionais de alta qualidade para evitar casos graves destas arboviroses.

O Curso de Capacitação em Arboviroses é estruturado em três vídeos, cada um com cerca de 40 minutos de duração, abordando os aspectos gerais das arboviroses, Dengue e Chikungunya, com base nos protocolos atuais. Além disso, o curso oferece materiais complementares ricos para a prática clínica, incluindo publicações do Ministério da Saúde sobre diagnóstico e manejo clínico. Todo o conteúdo foi desenvolvido em um ambiente moderno de aprendizagem a distância, facilitando o acesso dos profissionais à informação de qualidade onde quer que estejam.

A participação de especialistas, como o professor Carlos Brito, da Universidade Federal de Pernambuco, e as infectologistas Thaysa Drummond e Melissa Barreto Falcão, assegura que o conteúdo seja não apenas atual, mas também relevante para a prática clínica no Brasil. Essa iniciativa reconhece os desafios impostos pela urbanização, crescimento populacional desordenado, déficit de saneamento básico e variações climáticas, que mantêm as condições favoráveis para a presença do vetor e consequente dinâmica de transmissão dos arbovírus.

O curso é uma oportunidade para profissionais de saúde aprimorarem seus conhecimentos e habilidades no enfrentamento das arboviroses, contribuindo significativamente para a redução da incidência de casos graves no país. Encorajamos todos os médicos e outros profissionais de saúde a se inscreverem neste curso essencial, disponível através do link Conasems Curso de Capacitação em Arboviroses, e desejamos a todos um aprendizado enriquecedor e transformador.


📚🧠Triagem Literária🧠📚

 Nathan and Oski's Hematology and Oncology of Infancy and Childhood
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Destacamos a obra essencial para os profissionais envolvidos com oncologia pediátrica e hematologia: "Nathan and Oski's Hematology and Oncology of Infancy and Childhood". Escrito pelos nomes mais proeminentes no campo, este conjunto de dois volumes, meticulosamente atualizado e em cores, oferece as ferramentas necessárias para superar os desafios únicos e complexidades dos cânceres infantis e distúrbios hematológicos. Com cobertura abrangente de todos os cânceres pediátricos, incluindo tumores menos comuns, bem como todos os distúrbios hematológicos, incluindo os recém-reconhecidos, este guia oferece um equilíbrio perfeito entre a fisiopatologia das doenças e orientações clínicas práticas. Além disso, as novas e revisadas seções abordam temas como terapias alvo moleculares, refletindo os avanços no diagnóstico e manejo, tornando-se o guia mais completo na área. Acesso ao texto completo, imagens e mais estão disponíveis através do Expert Consult, fazendo deste livro um recurso inestimável para estar na vanguarda da hematologia e oncologia pediátrica.


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